Tuesday, November 13, 2007

Consulta on-line

Dou hoje início a uma nova rubrica em que pretendo dar resposta a questões que me são colocadas pelos leitores do blog. Sempre que não me for dada autorização expressa, o nome dos leitores será omitido.

O Leitor RMR colocou-me em 31/10/2007, o seguinte caso:
Boa noite Sr. João Carlos. Não sei se ainda se lembra de mim!? Falámos,via email, há uns meses devido a uma "hérnia inguinal do desportista", mas oque me traz aqui hoje é outro assunto:
Faz dia 4 de Novembro 2 meses que fiz um estiramento no adutor da coxaesquerda. Na altura (4 Setembro), parei uma semana por completo, e fizapenas corrida na 2ª semana pós lesão. Na 3ª semana fiz 2 treinos, mas comalgum desconforto e ardimento. Por essa altura fiz uma ecografia que nadaacusou (segundo o especialista seria uma inflamação na inserção do tendão noosso). Parei outra semana e...o ardimento e uma ligeira dor continua cá.Neste momento estou a treinar e a competir há 4 semanas, consigo jogar a100%, embora durante o esforço sinta algum desconforto. No dia seguinte apóstreino/jogo sinto uma ligeira dor e algum ardimento e assim ando há quase 2meses.Gostaria de saber o que me aconselha. Tenho dúvidas se deva fazer gelo(vasoconstrição) ou calor (vasodilatação). Normalmente no dia do jogo/treinofaço gelo... já tomei nimed, já tomei voltaren e continuo sempre na mesma.

O gelo é sempre aconselhável como analgésico. No entanto o presitir da dor pode induzir a existência de outro tipo de lesão nomeadamente uma fibrose. Seria de todo aconselhável fazer novo exame complementar de diagnóstico, nomeadamente uma ecografia, para melhor podermos analisar. Caso pretenda poderemos falar pessoalmente para melhor se poder “ver” a sua lesão. Para o efeito já lhe enviei os meus contactos para o seu email.

Do leitor J1989, recebi em 02/11/2007, o seguinte email:

Boa tarde senhor João, desde já queria felicita-lo pelo excelente blog quepossui, gostaria de lhe fazer uma pergunta que e a seguinte:
Chamo-me R… e no passado dia 13 de Outubro cai sobre o meu pé esquerdo fazendouma rotura de ligamentos. Desde então tenho ido todos os dias (exceptodomingo) a fisioterapia fazendo inúmeros tipos de tratamento, e certo queestou muito melhor, já ando sem muletas, já corro, tenho ainda algumasdores mínimas mas ainda as tenho. Mas uma das coisas que mais em preocupa é oinchaço que apesar de já ter desaparecido em grande parte, ainda esta umpouco inchado (a parte interior e exterior do tornozelo) em comparaçãocom o outro pé, tenho feito gelo todos os dias, podia me dizer quanto tempoe que o inchaço poderá levar a desaparecer por completo? Fico a espera deuma resposta, muito obrigado!

Caro amigo.
Antes de outro assunto, permita-lhe agradecer as amáveis palavras que me endereçou.
Para lhe poder dar uma resposta correcta teria necessidade de saber o tipo de rotura que teve (parcial?, total?), a zona e saber o tipo de tratamentos que está a efectuar. Certamente, o fisioterapeuta que lhe está a efectuar os tratamentos terá uma previsão mais correcta para lhe dar. Enviei-lhe para o seu email os meus contactos pessoais para que me possa contactar se assim o desejar.

Thursday, September 13, 2007

Doping (Os perigos da dopagem)

Além da ilegalidade, da batota, da falsidade e do engano, o doping é perigoso para o bem-estar físico e mental do atleta.
Uma amiga de longa data, disse-me um dia, que a nossa saúde, é como um livro de merceeiro. Quando vamos à mercearia (isto obviamente nos meios mais pequenos) e não temos dinheiro na carteira, pedimos aos merceeiro que aponte a nossa dívida. O nosso organismo, também vai apontando, os atentados que contra ele cometemos. E, tal como o nosso merceeiro, o nosso organismo, mais tarde ou mais cedo irá cobrar o montante em dívida.
Ainda há uns dias, assisti com choque, o que o uso de doping, pode provocar em atletas de alta competição. Nessa reportagem da SIC Notícias, foram inúmeros os testemunhos de familiares, amigos e das próprias vítimas do uso de substâncias dopantes em futebolistas da 1ª Divisão Italiana de Futebol. Vi rostos dilacerados pela dor, pela perda de familiares e amigos e ex-atletas, visivelmente degradados e destruídos com apenas 35 ou 40 anos de idade.
O uso de anfetaminas pode provocar excitação, insónias, taquicárdias, hipertensão, vertigens, tremor, emagrecimento, perturbações psíquicas com delírio, supressão de fadiga (Cuidado nestes casos) e MORTE por colapso.
O uso de inibidores da mono-amina-oxidase (IMAO) pode gerar episódios de hiper ou hipotensão, com implicações no equilíbrio psíquico.
No que concerne ao uso de morfina e outras substâncias similares, são comuns os problemas digestivos, cardíacos e mesmo a MORTE, por insuficiência respitarória.
Com o uso de corticóides poderão acontecer úlceras gastroduedunais, edemas, risco de diabetes e fracturas, atrofia muscular, difícil cicatrização, infecções, doenças virais (zona, varicela) e insuficiência renal.
Quanto ao uso de anabolizantes hormonais, este poderá provocar edemas, rotura de tendões, paragem do crescimento em atletas jovens, lesões osseas e aumento de agressividade. No homem pode provocar atrofia testicular e impotência e na mulher o aparecimento de pilosidade anormalmente exagerada e perturbação do ciclo mestrual.
A geração seguinte (filhas de atletas que se dopem com anabolizantes, durante a gravidez), podem nascer com hipertrofia do clitoris e fusão mais ou menos completa dos grandes lábios, naquilo a que em giria se chama a masculinização da mulher.
As auto-transfusões sanguíneas podem levar a embolias gasosas, tromboses cerebrais, destruíção brusca de globúlos vermelhos, ictrícia e hepatite.
Finalmente a estimulação com aparelhos eléctricos pode originar rotura de tendões, de músculos e irritação cutânea.

Friday, September 07, 2007

ESCOLA FUTEBOL CLUBE (Molelinhos)

Presto hoje uma humilde homenagem à equipa do Escola Futebol Clube de Molelinhos, equipa onde tive no passado o privilégio de colaborar. Foram apenas alguns meses, mas a admiração e carinho que nutro por todas as jogadoras (mesmo aquelas com quem não tive o prazer de trabalhar), fazem que além de amigo sempre disponível para as ajudar, sou um incondicional fã. Costumo referir-me às jogadoras como “as minhas meninas”. Sei que a amizade e carinho que tenho por todas é por muitas retribuído.
Esta homenagem, é também um grito de alerta para a gritante falta de apoios com que esta abnegada equipa luta. Não fora o empenho de meia dúzia de “carolas” e a imensa força de vontade de atletas, corpo técnico e clínico, já há muito o futebol feminino teria desaparecido do mapa do distrito de Viseu.
Sei, e reconheço, o sacrifício que muitas (para não dizer todas) passam para fazer aquilo que mais gostam que é jogar futebol. Privam-se do convívio da família, amigos, namorados para, domingo após domingo, encherem-nos de orgulho pelos resultados obtidos. Deslocam-se para treinos e jogos, a Molelinhos, vindas de paragens mais ou menos distantes como Mortágua, Viseu, Castro Daire e mesmo do vizinho distrito da Guarda. São amadoras na verdadeira ascensão da palavra. Mais ainda, pagam para treinar e jogar.
O Escola, detém actualmente mais jogadoras internacionais do que todas as outras equipas do distrito de Viseu em todos os escalões. Se a isto somarmos, aquelas atletas que já foram chamadas aos trabalhos da Selecção, mas que por superior decisão dos seleccionadores não vestiram a camisola das quinas, ficamos reduzidos a muito poucas atletas. Há qualidade, há talento, há dedicação e empenho. Faltam os apoios financeiros e também o reconhecimento dos órgãos de poder local. O Escola leva o nome de Molelinhos, de Tondela e de Viseu, aos quatros cantos deste rectângulo à beira mar plantado, como disse Tomaz Ribeiro e também além fronteiras com as “nossas” internacionais.
Da minha parte, tudo faço e tudo farei para apoiá-las sempre que da minha ajuda necessitarem. Sempre estive e estarei disponível para colaborar, dentro das minhas limitações.
Mas, uma equipa, nada mais é do que um conjunto de pessoas. E, é para essas que vai esta minha singela, humilde mas, justíssima homenagem. A poucas horas de iniciarem a disputa do Campeonato Nacional da 1ª Divisão, fica o desejo de que daqui por uns meses eu volte a este espaço, a homenagear-vos pela conquista do título Nacional que eu acredito seja possível.
Assim, acredito que este meu grito de alerta, faça com que os órgãos de poder local e o poder económico acordem da letargia em que permanecem e olhem para este grupo de atletas como um excelente veículo publicitário, quer de produtos e marcas como da nossa própria região.
O I Torneio de S. Mateus Womens Cup 2007, brilhantemente vencido pelo Escola, é mais uma das provas da qualidade destas atletas que não me canso de elogiar e jamais esquecerei.
Neide Simões – Simplesmente a melhor guarda-redes da actualidade em Portugal e certamente uma das melhores da Europa;






Sandrine – A menina nascida em terras gaulesas que paulatinamente conquistou o seu lugar ao sol;









Catarina Bernardes – Aquela a quem um dia apelidei de expresso da Corveira, joga com todo o coração dando tudo o que tem e o que não tem em prol da equipa. Das jogadoras para quem a dor não existe;
Chica Maia – A terna e doce Chiquinha, autêntico muro onde esbarram os ataques das adversárias. Provavelmente a melhor central de Portugal;






Babá – Embora não tenha tido o prazer de trabalhar com ela, é uma das jogadoras onde a classe se nota que está presente. Elogio a sua força de vontade, pois desloca-se do distrito da Guarda para ajudar a elevar bem alto o nome do nosso distrito;
Noémia – Quem não a conhece, dificilmente admitirá estar na presença de uma das mais talentosas jogadoras portuguesas. Tomaram muitos dos homens que jogam futebol federado, ter uma décima parte da sua classe;








Suelly – O exemplo da força de vontade, da abnegação e da entrega. Joga onde for preciso com a mesma classe. É responsável pela divulgação da sua equipa no ciberespaço;


Tânia – A Tânia é uma das mais injustiçadas jogadoras portuguesas. Devem-se contar pelos dedos de uma só mão, as jogadoras com maior qualidade do que ela. No entanto, tem passado “ao lado” da Selecção que brilhantemente representou no passado. Dos seus pés saem passes e remates teleguiados;
Ana Figueiredo - A Ucha, como é carinhosamente tratada pelos amigos, é de uma classe e de um talento só ao alcance de predestinados;






Leila – Mais uma jovem promessa do futebol feminino luso. Para mim, é já uma certeza. Acredito que este ano será chamada pela Seleccionadora Nacional. Com apenas 16 anos já demonstra uma maturidade dentro e fora de campo que a todos espanta;








Andreia Coimbra – O querer, a raça e a força de vontade, fazem com que nunca baixe os braços, tornando complicada a tarefa da equipa técnica na hora de tomar decisões;






Catarina Almeida – Outra das atletas do distrito da Guarda, que com sacrifício nos deixa honrados com a sua qualificada colaboração;










Joana Pinto – A mini-Deco, como é conhecida passeia classe e beleza pelos campos de Portugal. Não fossem as malfadadas lesões e um interregno de dois anos como praticante, a Joana hoje seria uma jogadora cobiçada pelas melhores equipas europeias.






Mikaela – Um caso sério de qualidade. Um diamante ainda por lapidar, devido à sua tenra idade. O tempo fará crescer o seu empenho e a sua qualidade irá triunfar. Acredito que dentro de seis a oito anos será simplesmente a melhor jogadora Nacional;
Catarina Regalo (Treinadora) – Subida a pulso da “menina” que um dia conheci como colaboradora da Associação de Futebol de Viseu. Hoje é uma treinadora com provas dadas e que acredito muitas alegrias dará ao Escola FC. Recordo que noutro escalão (Escolas Masculinos), foi campeã distrital conseguindo em quinze jogos “apenas” quinze vitórias;



Luís Pereira (Preparador Físico) – Dedicação, empenho e serenidade são os seus cartões de visita. Ele e a Catarina Regalo fazem uma excelente dupla. OU NÃO!
Outras jogadoras: Não falo das outras jogadoras do plantel, pois não tendo trabalhado com elas e nem as tendo visto jogar, não seria honesto opinar sobre elas. No entanto, só pelo facto de darem a cara e jogarem no Escola, também merecem a minha homenagem.

Nesta hora de homenagem, não poderia esquecer jogadoras já retiradas como:
Fani – Uma das melhores jogadoras que passaram pelo Escola e durante anos e anos a bandeira do clube;
Inês Matateu – A grande capitã, colocava em cada lance, a inteligência ao serviço da equipa;
Carla “Gil” – Um dos esteios da defesa. Uma líder por natureza e uma excelente jogadora;
Finalmente jogadoras actualmente afastadas mas que acredito (e espero regressem ao seio da equipa).
Susana Marques – A velocidade e a garra de uma das melhores “pontas-de-lança” que passaram pelo Escola;
Ângela Ferreira – A menina do sorriso permanente. Uma das melhores centrais de marcação de Portugal. Possuidora de uma técnica apurada, esta menina de olhos da cor do mar, encantou adeptos e convenceu o próprio Seleccionador Nacional que por diversas vezes a chamou.






Cristiana – A capitã da 1ª Selecção Distrital de Viseu, mesmo residindo a mais de 100Km de Molelinhos, jamais abandonou o sorriso. Também ela passeou beleza e classe pelos campos de futebol portugueses.
A todas sem excepção o meu bem haja pelo muito que têm feito por Molelinhos, por Tondela e por Viseu.
Jamais vos esquecerei.
Vosso amigo e fã,
João Carlos M. Vale (Bola5)
P.S. Agora digam lá se não é possível ser simultâneamente jogadora de futebol e uma mulher muito bonita? Disso não tenho dúvidas. As jogadoras do Escola FC são as mais belas jogadoras de Portugal.

Wednesday, August 08, 2007

Doping (No reino da batota)



Não é fácil definir de forma correcta e dissipadora de dúvidas, o conceito do termo “doping”.
Segundo uns (Nova Enciclopédia Portuguesa – Edição Ediclube de 1992), doping corresponde ao uso de excitantes por parte dos atletas para proporcionar mais vigor ou para de maneira desleal ou artificialmente, aumentar o rendimento dos animais (exº cavalos de competição).
Para o Conselho da Europa, entende-se por doping: “Administração a um indivíduo são ou a utilização, por ele próprio e por qualquer meio que seja, de uma substância estranha ao organismo, substância fisiológica em quantidade ou por via anormal, com o fim único de aumentar, artificial e deslealmente, o seu rendimento, durante a participação numa competição”.
Qual a razão, pela qual é proibido o uso de substâncias dopantes, em competição?
- Porque o uso de alguns tipos de substâncias põe em risco o bem estar físico e mental dos atletas, quer a curto, médio como a longo prazo, podendo inclusive levar um atleta à MORTE ou a uma invalidez permanente.
- Por princípios éticos. O desporto, deve ser uma competição entre seres humanos, máquinas e/ou animais, em que se eleve bem alto o princípio de mente sã em corpo são. A competição é entre atletas e não entre laboratórios e/ou entre farmacologistas e engenheiros bio-químicos.
- Finalmente por questões do foro jurídico. A maioria das substâncias é de posse e uso proibidos. Apenas os médicos podem “legitimar” o uso de uma destas substâncias, justificando a sua opção e supervisionando-a.
São nove os tipos de substâncias proibidas, de acordo com a ratificação do Conselho Nacional Antidopagem (CNAD) em 27/11/2003, da lista do Conselho da Europa datada de 27/11/2003, a saber (entre parêntesis as substâncias mais conhecidas, entre outras):
a) Estimulantes (ex. anfetaminas, cocaína, efedrina, estricnica, etc.);
b) Narcóticos (heroína, metadona, morfina, etc.);
c) Canaboídes (haxixe e marijuana);
d) Agentes anabolizantes:

.1 – Esteroídes androgénicos anabolizantes exógenos (danazol, testerona, etc.);
.2 – Outros agentes anabolizantes (clembuterol, zeranol).
e) Hormonas peptídicas:
.1 – Eritropoietina (EPO);
.2 – Hormona de crescimento (hGh) e factor de crescimento insulina-like (IGF-1);
.3 – Gonadotrofina coriónica (hCG) – Proibidas apenas no sexo masculino;
.4 – Gonadotrofina hipofisárias e sintéticas (LH) – Proibidas apenas no sexo masculino;
.5 – Isulina;
.6 – Corticotrofinas;
f) Beta-2 Agonistas (alguns são permitidos por via inalatória para prevenção e/ou tratamento da asma e da asma/broncoconstrição);
g) Agentes com actividades anti-estrogénica (inibidores da aromatase, clomifeno, cidofenilo e tamoxifeno, apenas proibidos em atletas do sexo masculino);
h) Agentes mascarantes (diuréticos, desde que não autorizados, como por exemplo furosemida);
i) Glucocorticosteroídes;

Quanto à forma de dopagem, são conhecidos os seguintes métodos:
1 – Incremento do transporte de oxigénio:
a) Dopagem sanguínea: Administração de sangue rico em oxigénio, oxigenado artificialmente (quem não se lembra da vitória de Lass Viren, nos 10.000 metros dos jogos olímpicos, derrotando o “nosso” Carlos Lopes)
b) Administração de produtos visando o aumento da captação, transporte e libertação de oxigénio;
2 – Manipulação farmacológica, química e física (a mais vulgar efectuada à base de comprimidos, injectáveis, etc.);
3 – Dopagem genética: Também conhecida como dopagem celular, é definida como o uso não terapêutico de genes, elementos genéticos e/ou células que tenham capacidade para aumentarem o rendimento desportivo.

São estas, de forma reduzida, as substâncias proibidas e os métodos de dopagem.
Alguns dos medicamentos vendíveis em Portugal, contêm substâncias dopantes (entre parêntesis a substância “dopante”).
Cêgripe (codeína), Cloricidil-D (Fenilefrina), Dolviran (Codeína), Magrex (Anepramona), Migraleve (Codeína), Nazo-Calma (Efedrina), Neo-Sinefrina (Fenilefrina), Vibracil (Fenillefrina), entre centenas de outros produtos.
Um conselho: Se pratica desporto, alerte o seu médico para que ele substitua (se possível) os medicamentos que contenham substâncias dopantes, ainda que não seja sujeito a controlos anti-doping regulares.

Sunday, July 29, 2007

A MINHA HOMENAGEM - 18

MATEUS




Falar do Mateus é simultaneamente fácil e difícil. O Mateus é sem sombra de dúvida um dos mais virtuosos jogadores de futsal que já tive o prazer de ver jogar. Quem o vê e se deixa iludir pela sua fisionomia frágil, fica surpreendido pelo seu empenho e pela sua inigualável visão de jogo.
Encara os treinos como se de um jogo se tratasse. Não regateia a última gota de suor em prol da equipa.
Mas, para além das suas imensas qualidades como jogador de futsal, estão as suas qualidades humanas. Estas sem dúvida muito superiores às já de si imensas qualidade técnico-táticas.
Com ele, percorri centenas de quilómetros em deslocações oficiais e outros ainda em deslocações onde apenas a diversão ditou os destinos.
O Mateus é seguramente, um enorme jogador mas é também um anti-vedeta.
Tem capacidades para jogar ao mais alto nível em Portugal (e não só), pois são poucos os jogadores de futsal da nossa 1ª Divisão, capazes de ombrear com as qualidades dele.
Certamente não voltarei a trabalhar com ele pois, não estou ao nível das equipas onde o Mateus merece estar. No entanto, prevalecerá a amizade que em pouco mais de meio ano, cresceu e atingiu um ponto de não retorno. Permitam-me utilizar uma frase feita para dizer que não é uma amizade de sempre mas é uma amizade para sempre.
Diz o nosso povo que atrás de um grande homem, há sempre uma grande mulher. No caso do Mateus essa grande, terna e doce mulher chamasse Larisa.
Pela sua qualidade e pela amizade que nos une, aqui lhe presto esta humilde mas justíssima homenagem.

Thursday, July 26, 2007

AS MINHAS EQUIPAS

Dou hoje início a uma nova crónica onde vou recordar de forma suscinta, as diversas equipas por onde passei. A apresentação será efectuada por ordem cronológica.

ASSOCIAÇÃO DOS TRABALHADORES DA CÂMARA MUNICIPAL DE TONDELA

Modalidade: Andebol
Escalões: Iniciados Masculinos e Juvenis Femininos
Nº de atletas federados: Aproximadamente 25 atletas
Épocas: 1 (uma) 1996/97
Factos mais relevantes: A Associação dos Trabalhadores da Câmara Municipal de Tondela (ATCMT), foi a primeira equipa federada do concelho de Tondela a ter o andebol como modalidade. Hoje, a sua sucessora (TAC - Tondela Andebol Clube) dá cartas no andebol Distrital e Nacional.
Equipamento: As cores adoptadas foram o verde e o amarelo, as cores do Município de Tondela.
História:
Quando me endereçaram o convite para ser massagista das equipas de andebol da ATCMT, aceitei com facilidade, já que se tratava de um projecto pioneiro e com “pernas” para andar.
A ATCMT, foi a primeira equipa a apostar no andebol na cidade e no concelho de Tondela e hoje a sua sucessora TAC, já conquista títulos.
Perante a admiração de uns e a incredulidade de outros, o andebol em Tondela, foi um projecto ambicioso que triunfou.
É de salientar também, que a neófita modalidade, mesmo com parcos recursos financeiros, não prescindiu de um massagista nos seus quadros técnicos.
Honra seja feita a pessoas como Júlio Gonçalves e Victor Figueiredo, conjuntamente com a experiência e a sapiência de Nicolai Boudarouv, que fizeram com que se concretizasse o poema de António Gedeão: “O sonho, comanda a vida”

Tuesday, July 24, 2007

DESPORTISTAS EM FÉRIAS

Após uma época mais ou menos desgastante com dezenas de jogos e centenas de horas de treino, os atletas cumprem um período de férias, mais ou menos relaxante.
Se nos jogadores profissionais o período de férias é comum a todos os atletas (com excepção daqueles que se encontram ao serviço das Selecções Nacionais na disputa de campeonatos do Mundo, da Europa, etc), nos atletas amadores, nomeadamente aqueles que conhecemos dos escalões distritais do nosso futebol, o panorama é diametralmente o oposto.
O atleta amador, como é sabido, goza o seu período de férias de acordo com as suas possibilidades e a disponibilidade da entidade empregadora.
Se, entre o profissionais, o período de férias é quase coincidente a todos os atletas, nos amadores este mesmo período é distribuído (normalmente) entre os meses de Verão.
A forma como o atleta gozar as férias irá reflectir-se na pré-época e na incidência de lesões.
Um dos principais problemas com que se deparam os Departamentos Médicos é o peso. O período de Verão, é propício a exageros em termos nutricionais. O aumento do peso do atleta vai minorar o seu desempenho desportivo e majorar o risco de lesões.
Este aumento de peso, leva a que durante a pré-época, o atleta tenha mais dificuldades em executar os exercícios e se torne mais lento no executar dos movimentos durante os jogos. O cansaço também irá surgir com mais facilidade.
Ao se aperceber das dificuldades de uns atletas em relação aos outros, a equipa técnica toma as suas decisões sobre quem vai ser titular e quem vai ser suplente.
As férias, servem para que o atleta “recarregue as baterias” quer física, quer psicologicamente.
Então, o que deve fazer um atleta durante o seu período de férias?
a) Manter alguma actividade física regular com periodicidade diária. Noventa minutos de corrida e exercícios serão excelentes para a pré-época que se avizinha;
b) Manter uma correcta alimentação, evitando os abusos típicos das férias;
c) Cumprir rigorosamente o período de sono diário (oito a dez horas). Um período de sono inferior, será contra-producente no regresso à actividade;

No entanto, todo e qualquer atleta, deve evitar a todo o custo:a) Permanecer inactivo, durante o defeso;
b) Ter uma alimentação desregulada, pois como já foi dito nestas crónicas, o aumento de peso provoca maior esforço nos músculos e nas articulações;
c) Consumo de tabaco e de bebidas alcoólicas em excesso, devido ao facto das bebidas alcoólicas serem hiper-calóricas;
d) Frequência durante longos períodos de tempo em ambientes impregnados de fumo.

Acima de tudo, as férias devem servir para descansar e para relaxar e não para estragar o que foi feito ao longo de uma época.

Monday, July 23, 2007

A MINHA HOMENAGEM - 17



CATARINA BERNARDES

“O Expresso da Corveira”

Nome: Catarina Bernardes

Colectividade onde colaboramos: Escola Futebol Clube (Molelinhos) e Associação de Futebol de Viseu

Tive o grato prazer de trabalhar com a Catarina, no ano em que fui massagista do Escola Futebol Clube. Já no ano anterior ela, por intermédio de um elemento da sua equipa técnica, havia recorrido aos meus parcos conhecimentos para que eu colaborasse no debelar de uma arreliadora lesão no seu joelho.
A Catarina é uma das mais voluntariosas jogadoras que eu já conheci e um exemplo para muitos dos profissionais que todos nós vemos nas divisões superiores do nosso futebol.
Durante o jogo, a Catarina corre quilómetros, sendo um autêntico pronto-socorro, tentando estar a todo o momento e em todo o lado.
Embora seja possante e forte, esta guerreira, é também portadora de um sorriso encantador e de uma simplicidade própria dos grandes atletas.
Para mim, não foi novidade a sua chamada aos trabalhos da Selecção Nacional, pois pelo que via entre as melhores equipas nacionais, nenhuma jogadora deixava “a pele em campo” como a Catarina.
Em jogo, é capaz de meter a cabeça, onde muitas adversárias temem meter o pé. Tem o coração ao pé da boca, o que já lhe tem causado alguns dissabores disciplinares.
O seu futebol é simples e prático. Podendo jogar “bonito”, joga. Não podendo, não inventa. Se necessário até “joga mal” em prol da equipa. Não é por acaso que é conhecida no seio da equipa por “Coração”. As outras alcunhas estão reservadas ao interior do balneário.
A Catarina, à semelhança de todas as suas colegas do Escola Futebol Clube, é muito mais do que uma ex-atleta: É uma amiga.

Thursday, July 19, 2007

COLECTIVIDADES vs SUBSÍDIOS


Começo por dizer que nada me move contra a atribuição de subsídios às colectividades, por parte do poder central ou local.
As colectividades desempenham um papel na formação desportiva do ser humano, algo a que o Estado tem dificuldades de cumprir.
Daí, ser fundamental, o apoio do poder local às colectividades. São estas que divulgam e levam mais longe o nome das suas localidades.
A questão que eu coloco é de que forma devem esses subsídios serem atribuídos. Pelo número de praticantes? Pelo número de modalidades? Pela sua projecção no panorama local, regional ou nacional?
A atribuição de subsídios deve ter como base critérios rigorosos, precisos, controláveis e facilmente contabilizáveis
Estes subsídios devem ser uma mais valia para os cofres das colectividades e não a sua principal fonte de rendimento, para que não mais se ouçam comentários de que o clube A ou B, encerrou as portas, devido à redução do apoio do poder local.
As colectividades devem e têm de ser criativas no angariar de verbas e não podendo ser subsidiodependentes.
O poder local, na minha modesta opinião, deveria apoiar (e já o faz de certa forma) a colectividades de duas maneiras:
1 – Apoio em género/material:
a) Apoiando as colectividades na aquisição do material desportivo (temos de pensar que a compra em grandes quantidades do mesmo material – por exemplo bolas de futebol – pode minorar o preço unitário do produto)
b) Financiamento (no caso do futebol) em parte ou no todo do valor da inscrição do clube e dos atletas na Associação de Futebol de Viseu;
c) Criando/melhorando e reformulando as infra-estruturas desportivas, etc.
2 – Apoio financeiro directo: Subsídio em dinheiro, tendo em conta factores como, por exemplo:
a) Representatividade da colectividade;
b) Número de escalões em competição e número de escalões sem competição;
c) Valor aproximado da distância a percorrer em deslocações ao longo da época;
d) Quadros técnicos;
e) Quadros clínicos, etc.
Finalmente sou apologista, da atribuição a título excepcional, de um subsídio pelo desempenho extra da colectividade: Subida de divisão, vitória em campeonato, deslocação a torneio no estrangeiro, etc.
Pode ser uma utopia minha, mas como diria o já desaparecido Prof. Rómulo de Carvalho – o saudoso poeta António Gedeão: “O sonho comanda a vida”

Sunday, July 08, 2007

A MINHA HOMENAGEM - 16


NUNO GUALTER


Presto hoje uma singela mas muita justa homenagem a um treinador com quem me cruzei por breves momentos. Infelizmente factores externos à vontade de ambos impediram-nos de fazer um trabalho durante mais tempo. O Nuno é um dos treinadores que, salvo as devidas distâncias, me faz lembrar o nosso actual seleccionador Nacional, Sr. Luís Filipe Scolari. Podem não gostar dele, adeptos e adversários mas, é querido pelos seus jogadores e tem obtido excelentes resultados. Defende os seus atletas até ao limite das suas forças. Os atletas sentem-se como fazendo parte da sua própria família. Não sei o que o destino nos reserva mas, veria com bons olhos voltar a partilhar o “banco” com o Mister Nuno Gualter. A ele o meu eterno bem haja por tudo aquilo que me ensinou (e continua a ensinar) neste “mundo cão” que é o futebol Nacional e em particular o futebol distrital.

Wednesday, July 04, 2007

Alimentação (II Parte)

Sendo conhecedor e reconhecendo a importância da alimentação no desenvolvimento e rendimento dos atletas, principalmente nas camadas mais jovens, elaborei em tempos um pequeno desdobrável, que distribuí aos meus atletas.
Intitulado “O massagista aconselha..:”, teve por objectivo educar com informação, os jovens com quem trabalhei, e “dizia” o seguinte:

O Massagista Aconselha...

I – Que beber após a competição:
1. Beber essencialmente água (as ideais são Belavista, Monchique, Vimieiro, Carvalhelhos, Melgaço e Pedras Salgadas);
2. Mais tarde, devemos beber leite magro;
3. Colocar um pouco mais de sal na primeira refeição após a competição;
4. Beber um pouco de sumo de lçaranja ou tomate e comer uma banana.

II – Competição ao fim da manhã
Pequeno almoço do tipo inglês, tomado entre 2,5 e 3 horas antes da competição
- Café ou chá, açucarado e sem leite;
- Pão ou biscoitos com manteiga, doce ou mel;
- Cereais com leite;
- Carnes frias, fiambre e ovos;
- Frutas ou sumo.

III – Competição à tarde
Pequeno almoço ligeiro:

- Café ou chá açucarado sem leite;

Almoço:
- Salada em pequena quantidade temperada com azeite e limão;
- Carne grelhada com arroz, massas ou batatas;
- Queijo ou yougourt;
- Uma ou duas peças de frutas maduras;
- Pão torrado;
- Bebidas: antes ou depois das refeições;
- Café ou chá açucarados.

Ceia:
- Proibir uma refeição abundante com carne, charcutaria, etc.;
- Comer ligeiramente;
- Sopa com um pouco de sal;
- Legumes ou saladas;
- Massas, arroz ou batatas;
- Pão ou biscoitos;
- Frutas maduras, compotas ou salada de frutas.

III – Dieta de treino
- Adaptar as horas das refeições às horas de treino;
- Evitar o abuso de fritos, charcutaria, bebidas gasosas, o álcool, chocolates, etc.;
- Refeição equilibrada contendo:
- Legumes;
- Carne grelhada;
- Arroz, massa ou batatas;
- Queijos ou yougourt;
- Frutas, tarte de maça, pudim flan,...

O que beber antes da competição (duas ou três horas antes)
- Não beber nos últimos 20 – 30 minutos antes da competição;
- A quantidade de água a ingerir deverá ser aproximadamente 5 a 10 ml/Kg (0,1 L/10 Kg – um atleta com 50 Kg, deverá beber aproximadamente 0,5 L de água);
- Não beber bebidas açucaradas;
- Pode beber um café, até cerca de 30 minutos antes da competição.

IV – Repartição das refeições
- Pequeno almoço – 20-25%
- Almoço – 35-40%
- Lanche – 10-20%
- Jantar – 15-25%

V – Horário das refeições

- O atleta deve tomar as suas refeições três horas antes de cada competição;
- Após a última refeição do dia e ao deitar, deve haver um intervalo de duas horas;

VI – Outros conselhos úteis
- Deve o atleta beber cerca de 2,5 litros de água por dia (no entanto deverá ser mínima durante a refeição);
- Não deverão ser ingeridos, na medida do possível:
- Carnes gordas, conservas, peixes gordos, produtos de charcutaria, espinafres, condimentos, picantes e fritos;
- Quando se desconhecer a origem, estão proibidos os pastéis, as maioneses e os pudins.

Sunday, July 01, 2007

A MINHA HOMENAGEM – 15

Nome completo: José Carlos Afonso Silva
Clube onde colaboramos: Clube de Futebol “Os Repesenses”

"A amizade é como as estrelas. Não às vemos toda hora, mas sabemos que existem."


Marina de Almeida Camargo

CARLITOS

Trabalhei com o Carlitos, durante seis proveitosos anos no Clube de Futebol “Os Repesenses”. Foi talvez a pessoa com quem de mais perto trabalhei. Sofremos juntos a desilusão de algumas descidas às distritais e festejamos em conjunto 9 (nove) títulos de campeões distritais. Muito raramente (só para não dizer nunca, pois não me lembro de nenhuma ocasião), estivemos em desacordo, quanto ao que fazer para engrandecer ainda mais o nome do CFR. Foi ele, entre outros, os responsáveis pelo meu eterno carinho pela equipa repesense. Por diversas vezes temos falado e a simples conclusão a que chegamos é que podemos ficar em barreiras opostas mas, nunca seremos adversários fora de campo. Durante o tempo de jogo, cada um defenderá as suas cores como é lógico. Terminado o encontro, seremos como sempre fomos amigos. Dele posso dizer uma frase muito conhecida e repetida: O Carlos não é um amigo de sempre, mas será certamente um amigo para sempre. Só lamento que no meu constante bailar entre colectividades, sem menosprezo pelos directores com quem tenho trabalhado, não o possa ter a trabalhar comigo.
Um dos trabalhos que recordo com saudade, são os encerramentos de época no CFR, tidos (segundo opinião generalizada e modéstia à parte), como os melhores de sempre. Recordo as horas e horas de trabalho organizativo para que no dia tudo corresse conforme planeado. Recordo ainda a alegria de mais de 100 jovens, vendo reconhecido o seu trabalho e ainda a emoção de ver partir jogadores (os que transitavam para os seniores) para outros clubes. Era como ver partir um filho para uma nova vida.
Por todos os ensinamentos que me transmitiu, só me resta agradecer e prestar esta singela homenagem a um bom amigo. Muito do que sou no futebol devo-o a pessoas como o Carlitos.
Por tudo o meu eterno bem-haja.

Friday, June 29, 2007

BLOGOSFERA: Blogs, bloguistas e comentaristas.



Desde miúdo, sempre fui fascinado pelas novas tecnologias. Nasci no auge da exploração espacial e cresci a ouvir e a ler maravilhado os feitos das naves Gemini, Apolo, Soyus, entre outras. Nos finais dos saudosos idos anos 70, ficava colado ao ecran da velha TV monocromática a ver aquela que para mim (e se calhar para muitos dos que já entraram na ternura dos quarenta) a melhor série de sempre de ficção cientifica: Espaço 1999.
No entanto a Terra no seu constante girar afastou-me dos meus sonhos de criança mas, deixou em mim o fascínio pelas ciências e pela tecnologia.
Ainda jovem, comecei a dedicar-me ao estudo e à compreensão do Ser Humano. Com apenas 11 anos fiz a minha primeira emergência como socorrista indo de ambulância (conduzida por outra pessoa como é óbvio) socorrer uma vítima.
Desde essa altura, não mais parei. Bombeiros (embora “sem farda”), Cruz Vermelha Portuguesa, Protecção Civil, instrutor e formador de socorristas, massagista e agora “bloguista” na área da saúde.
Durante anos, quis partilhar com “o mundo” os meus parcos conhecimentos nesta área, tentando estimular nos leitores o gosto pelos temas relacionados com a saúde, como o socorrismo e a traumatologia desportiva.
O aparecimento dos blogs e a sua fácil utilização abriu-me a porta para este novo mundo. De início amigos meus, profundos conhecedores do universo da Internet, deram-me sábios conselhos e alertaram-me para os “perigos” dos blogs que às vezes transformam um blog interessante num local de “pixeirada”, lavar de roupa suja onde o vernáculo é rei e senhor.
Com pouca experiência, arrisquei em criar um blog onde além de emitir a minha opinião, numa área que gosto e que está muito pouco divulgada, faço também uma singela, humilde mas justa homenagem a atletas, dirigentes, árbitros e técnicos com quem trabalhei e que o tempo não fez esquecer a nossa amizade.
Em apenas meio ano, este blog recebeu visitas e comentários de pessoas oriundas dos mais diversos quadrantes profissionais e mesmo de origens regionais bem distintas.
Temos leitores residentes na pérola do Atlântico, a belíssima Ilha da Madeira, na Bélgica, Alemanha e até no Brasil.
Optei por fazer uma triagem aos comentários por forma a que leitores bem intencionados fossem confrontados com aqueles que nada têm para fazer e então entretêm-se a denegrir a imagem dos outros.
Quando entendo colocar um comentário num blog (o que faço com frequência), expresso a minha opinião e “assino”. Não me escondo atrás do anonimato só com o objectivo de ofender alguém. Mesmo sabendo dos “podres” de algum agente desportivo, não venho para a praça pública lançar suspeitas ou fazer acusações debaixo de pseudónimos como é o caso de alguns energúmenos que só sabem falar mal de tudo e de todos.
Sempre o disse e repito, se não concordar com uma opinião, expresso a minha. Caso contrário, como diria o meu saudoso professor de filosofia: “Mantenho-me na douta ignorância dos meus dias”.
É muito fácil vir para a praça pública, a coberto do anonimato, ofender pessoas e instituições. Também eu já fui vítima das atoardas de “snipers”. No entanto como disse Platão, as ofensas são como as oferendas. Se o destinatário não aceitar uma oferenda, esta é devolvida ao ofertante. Por isso também eu não aceito estas oferendas (ofensas).

Wednesday, June 27, 2007

DESPORTO NO FEMININO (2ª Parte)

Ciclo Menstrual

Não havendo evidências científicas de que o ciclo menstrual influencie os resultados desportivos, é certo que afecta os desempenhos das atletas. Durante treinos muito intensos a menstruação pode tornar-se inconstante e até desaparecer. Esta peculiar situação, não acarreta consigo nenhum problema, e logo que terminem os treinos rigorosos, o ciclo menstrual retoma a normalidade.
A amenorreia (ausência de período), pode ser vantajoso para atletas que sofram de depressão e/ou de cansaço, de problemas de irritação antes do período (síndrome pré-menstrual) ou de dores menstruais (dismenorreia).
O desporto e o exercício físico podem contribuir para o minorar dos problemas relacionados com o ciclo menstrual.

A pílula contraceptiva

É pacificamente aceite o uso da pílula contraceptiva nas desportistas, seja para evitar uma gravidez indesejada que lhe iria interromper a carreira desportiva, impossibilitando-a por exemplo de estar presente numa competição para a qual se preparou durante anos, ou ainda, para reduzir as dores provocadas pelo período, pelo síndrome pré-menstrual ou ainda para que o referido ciclo seja completa e absolutamente previsível.
No entanto, uma das desvantagens da toma da pílula, é o aumento da retenção de líquidos, podendo isto causar desvantagens no campo desportivo.
A mulher que tomar a decisão de iniciar (ou reiniciar) a toma da pílula, deve-o fazer antes do início das competições, sendo que muitas das atletas de top as tomam sem prejuízo das suas performances.
Em todo o caso, a pílula só deve ser tomada por prescrição e com acompanhamento médico, devendo a sua toma ser registada, pelo departamento médico, na ficha clínica individual da atleta.

Anemia

Devido a uma alimentação pobre em ferro, muitas vezes por questões estéticas (para manterem “a linha”), e devido à perda de sangue, durante o período menstrual, são normais episódios de anemia em mulheres, nomeadamente em mulheres atletas e em modelos.
Podemos suspeitar de anemia ao detectarmos sintomas de fadiga (onde antes não existia), resultados inferiores a nível desportivo, dispneia e muitas vezes períodos menstruais mais prolongados no tempo.
Embora este problema seja facilmente debelado com o recurso a suplementos de ferro, deve sempre recorrer-se a exames complementares de sangue e acompanhamento médico.

Monday, June 25, 2007

A MINHA HOMENAGEM - 14


Nome completo: Joel José Alves Rodrigues
Data de nascimento: 13-12-1986

Colectividade onde colaboramos: Viseu Futsal 2001

ZECA

O Zeca é certamente, um dos mais talentosos jogadores de futsal com quem tive o privilégio de trabalhar e é com toda a certeza o mais azarado de todos.
Tendo trabalhado apenas uma época, ainda que incompleta, com o Zeca, quando este abraçou uma aventura na cidade de Viriato após anos a jogar na bela cidade dos Estudantes e na mítica Académica de Coimbra. Inicialmente tive a impressão de que iria ter dificuldades em lidar com ele.
Todos nós ao conhecermos uma pessoa criamos uma imagem do seu perfil psicológico e comportamental. Confesso que a imagem que criei do Zeca não foi a melhor. No entanto essa imagem foi alterada num curto espaço de tempo e é hoje tal que, fez com que o Zeca fosse o primeiro dos homenageados da minha última formação.
No entanto o Zeca é o jogador mais azarado com quem trabalhei. Teve ao longo da época três lesões, todas elas de origem traumática.
Das três, partilharei convosco apenas duas. Uma ao sofrer num treino, um violento pontapé na cara que lhe partiu a placa dentária (que tinha devido a uma outra lesão provocada da mesma forma) e uma outra que ocorreu no jogo contra o Oliveirense, no dia em que me demiti das minhas funções. Esta lesão foi para mim muito traumatizante pois soube mais tarde da sua gravidade e ainda hoje me penitencio por não o poder ter ajudado. Sei que foi superiormente socorrido pelo meu colega da equipa do Oliveirense, o que agradeço.
Outra das características do seu azarado percurso, ocorreu com as arbitragens. Jogador correcto e educado era o sub-capitão de equipa o que de nada lhe valeu para levar dois cartões vermelhos de forma no mínimo caricata. Um por ter dito simplesmente: “É canto!”. Pode parecer ridículo, mas é a mais pura das verdades. O segundo vermelho que viu de forma absurda (este por acumulação de amarelos), deveu-se ao Sr. Árbitro ter considerado simulação, uma violenta falta que ele havia sofrido. Esta falta provocou-lhe um traumatismo na região tíbio-társica.
Espero que o azar tenha passado e que prossiga a sua carreira ascensional já que tem qualidades para jogar a um nível bem mais alto do que aquele que agora joga.
Boa sorte Zeca. Tu mereces.

Friday, June 22, 2007

OS ABUTRES






Porque tentaste subir
Tão alto, mulher vaidosa
Quem sobe assim vai cair
Na lama mais vergonhosa.

António Aleixo


Sou um dos milhões de fãs que em todo o mundo apreciam a obra literária do escritor brasileiro Paulo Coelho. Numa das suas últimas obras, intitulada onze minutos, Paulo Coelho retrata com a fidelidade e a qualidade que lhe é internacionalmente reconhecida o abominável e interminável tráfico de carne humana.
Com a ilusão de um mundo melhor, iludem-se as pessoas necessitadas que empenham tudo o que têm e muito do que não têm e partem em busca do “El dourado” que lhes foi prometido por gente sem escrúpulos. Chegados ao destino, são confrontadas com uma outra atroz realidade. Longe de casa e dos seus, ficam à mercê desta corja de abutres que lhes comem a carne, os ossos e os exploram até às últimas consequências.
No mundo do futebol, vemos todos os dias jogadores reclamarem ordenados em atraso e outros incumprimentos por parte dos clubes. Já vimos clubes com historiais ricamente brilhantes desaparecerem como se das entranhas da terra se tivesse aberto um buraco que os engolisse, para nunca mais serem vistos. Clubes como o Salgueiros, o Campomaiorense e o “nosso” Académico de Viseu, são alguns dos mais célebres e tristes exemplos.


E o que é que acontece às partes envolvidas, na maioria dos casos? O clube, desaparece. Os jogadores, não podem pedir as verbas em falta a um clube que não existe. E os dirigentes? Na maioria dos casos saem sem problemas. E a culpa, para não variar, morre solteira.
Prender um jogador a um clube, só porque este assinou um compromisso em jogar com esse clube, será correcto? Sim. Um jogador que assina um compromisso deve saber o que está a fazer. Agora, usar de subterfúgios e falsidades para que o jogador assine, isso não. Prometer x e pagar y, só porque o jogador está “preso” ao clube, nem pensar.
Muito menos quando as verbas auferidas pelos atletas podem ser a diferença entre continuar a assumir os compromissos tidos com terceiros ou não. E o que dizer, quando se contratam atletas em situação de residência precária em Portugal e se procede a uma autêntica escravidão, mantendo o atleta ligado ao clube sob ameaça de participação às autoridades competentes.
Soube há uns anos de um trabalhador da construção civil, oriundo de um dos países do Leste da Europa, que era um excelente jogador de futebol. Ainda jovem e com apenas 24 anos, foi inscrito (desconheço de que forma) com a promessa de um subsídio da parte do clube que lhe daria para aumentar o seu depauperado pé-de-meia. Quando se soube da situação de ilegalidade visto não ter o visto de residência/trabalho, logo foi ameaçado de que ou jogaria a custo zero até ao final da época (pelo menos), ou seria efectuada queixa ao SEF (Serviço de Estrangeiros e Fronteiras).
Isto foi no passado, mas acredito que situações como estas continuem a existir infelizmente no presente.
Para que reflictam, deixo uma pergunta no ar. Não será estranho, atletas que foram abusados (desportiva e financeiramente) durante uma época e que disseram “cobras e lagartos” sobre a direcção, renovem contrato com a mesma equipa, dirigida pelos mesmos elementos?
É preciso banir do futebol, pessoas como estas.

Wednesday, June 20, 2007

DESPORTO NO FEMININO (1ª Parte)

Introdução

Cada vez mais, a mulher ocupa o seu lugar no desporto. Mesmo em modalidades tipicamente masculinas, a mulher obtém excelentes desempenhos, sendo mesmo melhor do que os homens em alguns deles. Lembro-me por exemplo no xadrez onde uma jovem xadrezista húngara de seu nome Judite Polgar, derrotou alguns dos grandes mestres do xadrez.
A mulher no desporto tem vantagens e desvantagens, sobre os homens.
Devido à sua anatmo-fisiologia, as mulheres ganham vantagem em algumas modalidades, uma vez que têm uma melhor perda de temperatura, durante os exercícios.
A sua menor estatura, é vantajosa em desportos como o hipismo.
Têm um maior índice de flutuabilidade, o que em provas no meio aquático é uma vantagem.
Têm ainda um melhor mecanismo de metabolização da gordura em provas de resistência como é o caso da maratona e do triatlo.
Mas, também devido à sua constituição específica, perde na “guerra dos sexos”, uma vez que têm maior percentil de gordura em relação aos homens – 25% para 15%.
A maior largura das ancas e o seu baixo centro de gravidade, é também uma desvantagem em certos desportos.
Finalmente e na generalidade, a mulher apresenta uma estrutura, força e massa muscular inferior à dos homens.

Os seios, os genitais e o ventre

Em desportos como as provas de atletismo, nomeadamente a corrida e os saltos, os seios sofrem movimentos repetitivos e violentos, podendo provocar dores.
Os ganchos e grampos dos soutiens, podem provocar arranhões e escoriações. Também o próprio material com que são fabricados muitas vezes, provocam alergias às atletas. A própria fricção do soutien nos mamilos, pode provocar dores e aquilo a que se chama “mamilo-da-corredora” e ainda inflamações e infecções. No caso de haver qualquer escoriação nos seios, estas devem ser de imediato desinfectadas especialmente os que ocorrem à volta dos mamilos.
Existem soutiens específicos para desportistas, com alças que passam à volta do pescoço, evitando assim o deslizamento do soutien e o constante saltitar dos seios. Estes, devem ser fabricados com uma percentagem de algodão, superior a 55%, devendo ainda possuir uma faixa larga por baixo dos seios ou ainda outro qualquer material que evite a sua subida.
Ao nível dos genitais e do aparelho reprodutor feminino, como se sabe, estão “protegidos” pela pelve, pelo que raramente surgem lesões nestes órgãos. Os genitais externos, podem ser lesionados em desportos com a ginástica (queda da trave). Embora dolorosas estas lesões raramente apresentam uma elevada gravidade.
Os rasgos vaginais podem ocorrer em desportos como o esqui, quando a desportista não use o fato adequado à modalidade.

Gravidez

A mulher grávida, não é uma mulher inválida. Não padece de nenhuma doença. Está “apenas” grávida. Ainda há uns meses, vi uma surfista brasileira, vencer uma prova estando com uma gravidez superior a 4 meses. Já houve inclusive, casos de desportistas que ganharam medalhas de ouro nos Jogos Olímpicos e que estavam grávidas.
Durante o 1º terço de gestação, o ventre (e o feto), estão protegidos pela pélvis, sendo que apenas os desportos de contacto devem ser evitados.
De igual modo, os treinos e desportos que envolvem grandes pesos, devem ser evitados durante a gravidez e até mesmo alguns meses após o parto, uma vez que as hormonas da gravidez, produzem laxidão muscular, facilitando por isso o aparecimento de lesões.
Por norma as mulheres desportistas têm partos mais fáceis, sendo menor a incidência de cessarianas em desportistas do que nas outras mulheres.

Monday, June 18, 2007

A MINHA HOMENAGEM - 13


Nome completo: António Hilário Prazeres

Clube onde colaboramos: Clube de Futebol "Os Repesenses"

ANTÓNIO HILÁRIO

Presto hoje a minha homenagem a um grande “carola” do C. F.”Os Repesenses” e uma das pessoas que mais apoiou e apoia o futebol jovem do distrito de Viseu. Todos os atletas gostam dele e respeitam-no. É do tipo de directores que qualquer direcção ambiciona ter. É “pau para toda a colher”. Trabalha por gosto e não corre atrás de louros, títulos. Com ele colaborei durante seis maravilhosos anos e vimos a colectividade a conquistar 9 (nove) títulos distritais, incluindo os inéditos de Infantis (por duas vezes) e de Escolas. Dificilmente voltaremos a trabalhar juntos mas, não podia deixar de prestar uma simples homenagem a um homem que em muito dignificou o futebol. Tenho para com ele uma dívida de gratidão que nem o tempo me permetirá saldar.
Por tudo e pela sua amizade, obrigado bom amigo Hilário.

Sunday, June 17, 2007

PARABÉNS LEILA

Nome completo: Leila Sofia Saldanha Tomaz

Data de Nascimento: 17/06/1991

Clube: Escola Futebol Clube (Molelinhos)

LEILA



Não és do povo, és meu!
Quero-te comigo.
Podes descansar em paz…
Eu não deixo que te separem de mim!

Uma das mais jovens e mais talentosas jogadoras de futebol do distrito de Viseu. O concelho de Mortágua (de onde é originária) está igualmente de parabéns pois, depois de Tânia Almeida, viu nascer a Leila Tomaz.

Com apenas 16 anos feitos hoje, a Leila, já "dá cartas" no Campeonato Nacional de Futebol, não tendo ainda chegado à Selecção Nacional, por ser vítima da interioridade do nosso distrito e da equipa onde joga.

Com uma margem de progressão enormíssima, a Leila será certamente dentro de um par de anos, uma das melhores jogadoras nacionais. Neste momento, não conheço outra de tão tenra idade que passeie tanta classe pelos campos de futebol.

Acima disso é uma boa amiga que partilha comigo um hobie em comum: A poesia. O único lamento que faço/fazemos é não ter(mos) tido o prazer de trabalhar juntos. Quem sabe no futuro.

Friday, June 15, 2007

TREINO DE GUARDA-REDES

Na minha meninice, como todos os meninos também eu fui (e sou) um apaixonado pelo desporto em geral e mais especificamente pelo futebol. Como nunca tive habilidade para jogar com os pés (e também com as mãos), era sempre “empurrado” para a baliza. Ao ser “colocado” nesta posição, aceitei um honroso convite para integrar uma equipa de rugby. Ao aceitar, o meu objectivo era aumentar os meus índices de agressividade para assim poder evoluir como guarda-redes.
Porém o destino, tinha outro futuro traçado para mim. Ser jogador de rugby.
No entanto, o “bichinho” do futebol e da baliza sempre me atraíram e de mim nunca se afastaram.
Em quase todas as equipas por onde passei, sempre colaborei com a preparação física e técnica dos guarda-redes, tendo inclusive muitas vezes ser o responsável pelo aquecimento específico antes do jogo.
Como gosto deste trabalho tive o cuidado de entrar em contacto com pessoas com conhecimentos técnicos nessa área e de ler literatura específica. Infelizmente em Portugal a literatura é escassa pelo que tive de recorrer à literatura Espanhola.
É por isso que eu digo e estou convicto de que treinar um guarda-redes não é o mesmo que treinar um defesa, um médio ou um avançado.
Nos guarda-redes é fundamental o aquecimento dos membros superiores, por exemplo. Na última época assisti ao aquecimento (se assim se possa chamar) de um guarda-redes antes do jogo, numa manhã gelada de Inverno. O guarda-redes em causa, cruzou-se comigo quando se dirigia ao balneário para envergar o equipamento de jogo. Quando tirou as luvas reparei nas mãos cianosadas, fruto do frio extremo e da falta de um aquecimento adequado.
Ter sido guarda-redes, dá tantos conhecimentos para ser treinador de guarda-redes como ter sido jogador o dá para ser treinador. Veja-se o caso de José Mourinho, como jogador foi um futebolista banal, mas é considerado actualmente um dos melhores treinadores do mundo, ou mesmo o caso de Sven Goran Erikson.
A nível distrital, na minha opinião, o melhor treinador de guarda-redes é o Sr. Pinto de Lamego (pai do jovem guarda-redes Lino Pinto, já alvo de uma homenagem neste blog).
Depois de um passado brilhante como atleta, onde conseguiu ser campeão Nacional de juniores, sendo na altura colega de Álvaro Magalhães (ex- Benfica e Selecção Nacional), o Sr. Pinto dedicou-se a trabalhar com guarda-redes. O resultado está à vista no conseguido com o seu próprio filho.
É das tais situações em que se eu fosse dirigente ou treinador de um clube de futebol, tudo faria para que o Sr. Pinto viesse trabalhar com a minha equipa.
Do Sr. Pinto apenas lamento, como pai de um jovem guarda-redes, nunca ter treinado o meu filho.