Sunday, July 29, 2007

A MINHA HOMENAGEM - 18

MATEUS




Falar do Mateus é simultaneamente fácil e difícil. O Mateus é sem sombra de dúvida um dos mais virtuosos jogadores de futsal que já tive o prazer de ver jogar. Quem o vê e se deixa iludir pela sua fisionomia frágil, fica surpreendido pelo seu empenho e pela sua inigualável visão de jogo.
Encara os treinos como se de um jogo se tratasse. Não regateia a última gota de suor em prol da equipa.
Mas, para além das suas imensas qualidades como jogador de futsal, estão as suas qualidades humanas. Estas sem dúvida muito superiores às já de si imensas qualidade técnico-táticas.
Com ele, percorri centenas de quilómetros em deslocações oficiais e outros ainda em deslocações onde apenas a diversão ditou os destinos.
O Mateus é seguramente, um enorme jogador mas é também um anti-vedeta.
Tem capacidades para jogar ao mais alto nível em Portugal (e não só), pois são poucos os jogadores de futsal da nossa 1ª Divisão, capazes de ombrear com as qualidades dele.
Certamente não voltarei a trabalhar com ele pois, não estou ao nível das equipas onde o Mateus merece estar. No entanto, prevalecerá a amizade que em pouco mais de meio ano, cresceu e atingiu um ponto de não retorno. Permitam-me utilizar uma frase feita para dizer que não é uma amizade de sempre mas é uma amizade para sempre.
Diz o nosso povo que atrás de um grande homem, há sempre uma grande mulher. No caso do Mateus essa grande, terna e doce mulher chamasse Larisa.
Pela sua qualidade e pela amizade que nos une, aqui lhe presto esta humilde mas justíssima homenagem.

Thursday, July 26, 2007

AS MINHAS EQUIPAS

Dou hoje início a uma nova crónica onde vou recordar de forma suscinta, as diversas equipas por onde passei. A apresentação será efectuada por ordem cronológica.

ASSOCIAÇÃO DOS TRABALHADORES DA CÂMARA MUNICIPAL DE TONDELA

Modalidade: Andebol
Escalões: Iniciados Masculinos e Juvenis Femininos
Nº de atletas federados: Aproximadamente 25 atletas
Épocas: 1 (uma) 1996/97
Factos mais relevantes: A Associação dos Trabalhadores da Câmara Municipal de Tondela (ATCMT), foi a primeira equipa federada do concelho de Tondela a ter o andebol como modalidade. Hoje, a sua sucessora (TAC - Tondela Andebol Clube) dá cartas no andebol Distrital e Nacional.
Equipamento: As cores adoptadas foram o verde e o amarelo, as cores do Município de Tondela.
História:
Quando me endereçaram o convite para ser massagista das equipas de andebol da ATCMT, aceitei com facilidade, já que se tratava de um projecto pioneiro e com “pernas” para andar.
A ATCMT, foi a primeira equipa a apostar no andebol na cidade e no concelho de Tondela e hoje a sua sucessora TAC, já conquista títulos.
Perante a admiração de uns e a incredulidade de outros, o andebol em Tondela, foi um projecto ambicioso que triunfou.
É de salientar também, que a neófita modalidade, mesmo com parcos recursos financeiros, não prescindiu de um massagista nos seus quadros técnicos.
Honra seja feita a pessoas como Júlio Gonçalves e Victor Figueiredo, conjuntamente com a experiência e a sapiência de Nicolai Boudarouv, que fizeram com que se concretizasse o poema de António Gedeão: “O sonho, comanda a vida”

Tuesday, July 24, 2007

DESPORTISTAS EM FÉRIAS

Após uma época mais ou menos desgastante com dezenas de jogos e centenas de horas de treino, os atletas cumprem um período de férias, mais ou menos relaxante.
Se nos jogadores profissionais o período de férias é comum a todos os atletas (com excepção daqueles que se encontram ao serviço das Selecções Nacionais na disputa de campeonatos do Mundo, da Europa, etc), nos atletas amadores, nomeadamente aqueles que conhecemos dos escalões distritais do nosso futebol, o panorama é diametralmente o oposto.
O atleta amador, como é sabido, goza o seu período de férias de acordo com as suas possibilidades e a disponibilidade da entidade empregadora.
Se, entre o profissionais, o período de férias é quase coincidente a todos os atletas, nos amadores este mesmo período é distribuído (normalmente) entre os meses de Verão.
A forma como o atleta gozar as férias irá reflectir-se na pré-época e na incidência de lesões.
Um dos principais problemas com que se deparam os Departamentos Médicos é o peso. O período de Verão, é propício a exageros em termos nutricionais. O aumento do peso do atleta vai minorar o seu desempenho desportivo e majorar o risco de lesões.
Este aumento de peso, leva a que durante a pré-época, o atleta tenha mais dificuldades em executar os exercícios e se torne mais lento no executar dos movimentos durante os jogos. O cansaço também irá surgir com mais facilidade.
Ao se aperceber das dificuldades de uns atletas em relação aos outros, a equipa técnica toma as suas decisões sobre quem vai ser titular e quem vai ser suplente.
As férias, servem para que o atleta “recarregue as baterias” quer física, quer psicologicamente.
Então, o que deve fazer um atleta durante o seu período de férias?
a) Manter alguma actividade física regular com periodicidade diária. Noventa minutos de corrida e exercícios serão excelentes para a pré-época que se avizinha;
b) Manter uma correcta alimentação, evitando os abusos típicos das férias;
c) Cumprir rigorosamente o período de sono diário (oito a dez horas). Um período de sono inferior, será contra-producente no regresso à actividade;

No entanto, todo e qualquer atleta, deve evitar a todo o custo:a) Permanecer inactivo, durante o defeso;
b) Ter uma alimentação desregulada, pois como já foi dito nestas crónicas, o aumento de peso provoca maior esforço nos músculos e nas articulações;
c) Consumo de tabaco e de bebidas alcoólicas em excesso, devido ao facto das bebidas alcoólicas serem hiper-calóricas;
d) Frequência durante longos períodos de tempo em ambientes impregnados de fumo.

Acima de tudo, as férias devem servir para descansar e para relaxar e não para estragar o que foi feito ao longo de uma época.

Monday, July 23, 2007

A MINHA HOMENAGEM - 17



CATARINA BERNARDES

“O Expresso da Corveira”

Nome: Catarina Bernardes

Colectividade onde colaboramos: Escola Futebol Clube (Molelinhos) e Associação de Futebol de Viseu

Tive o grato prazer de trabalhar com a Catarina, no ano em que fui massagista do Escola Futebol Clube. Já no ano anterior ela, por intermédio de um elemento da sua equipa técnica, havia recorrido aos meus parcos conhecimentos para que eu colaborasse no debelar de uma arreliadora lesão no seu joelho.
A Catarina é uma das mais voluntariosas jogadoras que eu já conheci e um exemplo para muitos dos profissionais que todos nós vemos nas divisões superiores do nosso futebol.
Durante o jogo, a Catarina corre quilómetros, sendo um autêntico pronto-socorro, tentando estar a todo o momento e em todo o lado.
Embora seja possante e forte, esta guerreira, é também portadora de um sorriso encantador e de uma simplicidade própria dos grandes atletas.
Para mim, não foi novidade a sua chamada aos trabalhos da Selecção Nacional, pois pelo que via entre as melhores equipas nacionais, nenhuma jogadora deixava “a pele em campo” como a Catarina.
Em jogo, é capaz de meter a cabeça, onde muitas adversárias temem meter o pé. Tem o coração ao pé da boca, o que já lhe tem causado alguns dissabores disciplinares.
O seu futebol é simples e prático. Podendo jogar “bonito”, joga. Não podendo, não inventa. Se necessário até “joga mal” em prol da equipa. Não é por acaso que é conhecida no seio da equipa por “Coração”. As outras alcunhas estão reservadas ao interior do balneário.
A Catarina, à semelhança de todas as suas colegas do Escola Futebol Clube, é muito mais do que uma ex-atleta: É uma amiga.

Thursday, July 19, 2007

COLECTIVIDADES vs SUBSÍDIOS


Começo por dizer que nada me move contra a atribuição de subsídios às colectividades, por parte do poder central ou local.
As colectividades desempenham um papel na formação desportiva do ser humano, algo a que o Estado tem dificuldades de cumprir.
Daí, ser fundamental, o apoio do poder local às colectividades. São estas que divulgam e levam mais longe o nome das suas localidades.
A questão que eu coloco é de que forma devem esses subsídios serem atribuídos. Pelo número de praticantes? Pelo número de modalidades? Pela sua projecção no panorama local, regional ou nacional?
A atribuição de subsídios deve ter como base critérios rigorosos, precisos, controláveis e facilmente contabilizáveis
Estes subsídios devem ser uma mais valia para os cofres das colectividades e não a sua principal fonte de rendimento, para que não mais se ouçam comentários de que o clube A ou B, encerrou as portas, devido à redução do apoio do poder local.
As colectividades devem e têm de ser criativas no angariar de verbas e não podendo ser subsidiodependentes.
O poder local, na minha modesta opinião, deveria apoiar (e já o faz de certa forma) a colectividades de duas maneiras:
1 – Apoio em género/material:
a) Apoiando as colectividades na aquisição do material desportivo (temos de pensar que a compra em grandes quantidades do mesmo material – por exemplo bolas de futebol – pode minorar o preço unitário do produto)
b) Financiamento (no caso do futebol) em parte ou no todo do valor da inscrição do clube e dos atletas na Associação de Futebol de Viseu;
c) Criando/melhorando e reformulando as infra-estruturas desportivas, etc.
2 – Apoio financeiro directo: Subsídio em dinheiro, tendo em conta factores como, por exemplo:
a) Representatividade da colectividade;
b) Número de escalões em competição e número de escalões sem competição;
c) Valor aproximado da distância a percorrer em deslocações ao longo da época;
d) Quadros técnicos;
e) Quadros clínicos, etc.
Finalmente sou apologista, da atribuição a título excepcional, de um subsídio pelo desempenho extra da colectividade: Subida de divisão, vitória em campeonato, deslocação a torneio no estrangeiro, etc.
Pode ser uma utopia minha, mas como diria o já desaparecido Prof. Rómulo de Carvalho – o saudoso poeta António Gedeão: “O sonho comanda a vida”

Sunday, July 08, 2007

A MINHA HOMENAGEM - 16


NUNO GUALTER


Presto hoje uma singela mas muita justa homenagem a um treinador com quem me cruzei por breves momentos. Infelizmente factores externos à vontade de ambos impediram-nos de fazer um trabalho durante mais tempo. O Nuno é um dos treinadores que, salvo as devidas distâncias, me faz lembrar o nosso actual seleccionador Nacional, Sr. Luís Filipe Scolari. Podem não gostar dele, adeptos e adversários mas, é querido pelos seus jogadores e tem obtido excelentes resultados. Defende os seus atletas até ao limite das suas forças. Os atletas sentem-se como fazendo parte da sua própria família. Não sei o que o destino nos reserva mas, veria com bons olhos voltar a partilhar o “banco” com o Mister Nuno Gualter. A ele o meu eterno bem haja por tudo aquilo que me ensinou (e continua a ensinar) neste “mundo cão” que é o futebol Nacional e em particular o futebol distrital.

Wednesday, July 04, 2007

Alimentação (II Parte)

Sendo conhecedor e reconhecendo a importância da alimentação no desenvolvimento e rendimento dos atletas, principalmente nas camadas mais jovens, elaborei em tempos um pequeno desdobrável, que distribuí aos meus atletas.
Intitulado “O massagista aconselha..:”, teve por objectivo educar com informação, os jovens com quem trabalhei, e “dizia” o seguinte:

O Massagista Aconselha...

I – Que beber após a competição:
1. Beber essencialmente água (as ideais são Belavista, Monchique, Vimieiro, Carvalhelhos, Melgaço e Pedras Salgadas);
2. Mais tarde, devemos beber leite magro;
3. Colocar um pouco mais de sal na primeira refeição após a competição;
4. Beber um pouco de sumo de lçaranja ou tomate e comer uma banana.

II – Competição ao fim da manhã
Pequeno almoço do tipo inglês, tomado entre 2,5 e 3 horas antes da competição
- Café ou chá, açucarado e sem leite;
- Pão ou biscoitos com manteiga, doce ou mel;
- Cereais com leite;
- Carnes frias, fiambre e ovos;
- Frutas ou sumo.

III – Competição à tarde
Pequeno almoço ligeiro:

- Café ou chá açucarado sem leite;

Almoço:
- Salada em pequena quantidade temperada com azeite e limão;
- Carne grelhada com arroz, massas ou batatas;
- Queijo ou yougourt;
- Uma ou duas peças de frutas maduras;
- Pão torrado;
- Bebidas: antes ou depois das refeições;
- Café ou chá açucarados.

Ceia:
- Proibir uma refeição abundante com carne, charcutaria, etc.;
- Comer ligeiramente;
- Sopa com um pouco de sal;
- Legumes ou saladas;
- Massas, arroz ou batatas;
- Pão ou biscoitos;
- Frutas maduras, compotas ou salada de frutas.

III – Dieta de treino
- Adaptar as horas das refeições às horas de treino;
- Evitar o abuso de fritos, charcutaria, bebidas gasosas, o álcool, chocolates, etc.;
- Refeição equilibrada contendo:
- Legumes;
- Carne grelhada;
- Arroz, massa ou batatas;
- Queijos ou yougourt;
- Frutas, tarte de maça, pudim flan,...

O que beber antes da competição (duas ou três horas antes)
- Não beber nos últimos 20 – 30 minutos antes da competição;
- A quantidade de água a ingerir deverá ser aproximadamente 5 a 10 ml/Kg (0,1 L/10 Kg – um atleta com 50 Kg, deverá beber aproximadamente 0,5 L de água);
- Não beber bebidas açucaradas;
- Pode beber um café, até cerca de 30 minutos antes da competição.

IV – Repartição das refeições
- Pequeno almoço – 20-25%
- Almoço – 35-40%
- Lanche – 10-20%
- Jantar – 15-25%

V – Horário das refeições

- O atleta deve tomar as suas refeições três horas antes de cada competição;
- Após a última refeição do dia e ao deitar, deve haver um intervalo de duas horas;

VI – Outros conselhos úteis
- Deve o atleta beber cerca de 2,5 litros de água por dia (no entanto deverá ser mínima durante a refeição);
- Não deverão ser ingeridos, na medida do possível:
- Carnes gordas, conservas, peixes gordos, produtos de charcutaria, espinafres, condimentos, picantes e fritos;
- Quando se desconhecer a origem, estão proibidos os pastéis, as maioneses e os pudins.

Sunday, July 01, 2007

A MINHA HOMENAGEM – 15

Nome completo: José Carlos Afonso Silva
Clube onde colaboramos: Clube de Futebol “Os Repesenses”

"A amizade é como as estrelas. Não às vemos toda hora, mas sabemos que existem."


Marina de Almeida Camargo

CARLITOS

Trabalhei com o Carlitos, durante seis proveitosos anos no Clube de Futebol “Os Repesenses”. Foi talvez a pessoa com quem de mais perto trabalhei. Sofremos juntos a desilusão de algumas descidas às distritais e festejamos em conjunto 9 (nove) títulos de campeões distritais. Muito raramente (só para não dizer nunca, pois não me lembro de nenhuma ocasião), estivemos em desacordo, quanto ao que fazer para engrandecer ainda mais o nome do CFR. Foi ele, entre outros, os responsáveis pelo meu eterno carinho pela equipa repesense. Por diversas vezes temos falado e a simples conclusão a que chegamos é que podemos ficar em barreiras opostas mas, nunca seremos adversários fora de campo. Durante o tempo de jogo, cada um defenderá as suas cores como é lógico. Terminado o encontro, seremos como sempre fomos amigos. Dele posso dizer uma frase muito conhecida e repetida: O Carlos não é um amigo de sempre, mas será certamente um amigo para sempre. Só lamento que no meu constante bailar entre colectividades, sem menosprezo pelos directores com quem tenho trabalhado, não o possa ter a trabalhar comigo.
Um dos trabalhos que recordo com saudade, são os encerramentos de época no CFR, tidos (segundo opinião generalizada e modéstia à parte), como os melhores de sempre. Recordo as horas e horas de trabalho organizativo para que no dia tudo corresse conforme planeado. Recordo ainda a alegria de mais de 100 jovens, vendo reconhecido o seu trabalho e ainda a emoção de ver partir jogadores (os que transitavam para os seniores) para outros clubes. Era como ver partir um filho para uma nova vida.
Por todos os ensinamentos que me transmitiu, só me resta agradecer e prestar esta singela homenagem a um bom amigo. Muito do que sou no futebol devo-o a pessoas como o Carlitos.
Por tudo o meu eterno bem-haja.