Friday, March 30, 2007

ARBITRAGENS vs CAMADAS JOVENS



Muito se tem falado e especulado sobre a forma de actuar das equipas de arbitragem em jogos das camadas jovens.
Ao pensar e opinar sobre o assunto devo frisar que divido as camadas jovens em dois grandes grupos: Os mais jovens (Escolas e Infantis) e os restantes (Iniciados, Juvenis e Juniores). Que me perdoem os letrados dirigentes do nosso desporto mas, ainda não me adaptei às novas denominações: Juniores A, B, C, D e E. No caso especifico dos Iniciados (Juniores C), podem ser considerados mesmo como um escalão de transição.
No caso específico do futebol, as regras/leis para os mais jovens (escolas e infantis), diferem dos seniores em apenas 6 (seis) situações
1. O tempo de jogo;
2. As dimensões e peso da bola de jogo;
3. O número de jogadores (7 nos escolas e infantis e 11 nos outros escalões;
4. Dimensões do terreno de jogo, inerente ao nº de jogadores;
5. Número de substituições ilimitado (Escolas e Infantis) e,
6. Regra do fora de jogo (inexistente nos Escolas, a partir da linha de grande área nos infantis, e a partir do meio campo para todos os outros escalões).
Em todo o resto as leis e as regras são as mesmas. Por isso a mesma falta deve ser punida tecnicamente da mesma forma em ambos os escalões. No que concerne aspecto disciplinar, deve o árbitro optar por uma medida pedagógica em detrimento da acção disciplinar? Na minha opinião, é claro que sim. Porém ao fazê-lo não estará o árbitro a deturpar as leis, regras e diferentes instruções a que é obrigado a seguir? E se o jogo estiver a ser observado por um observador técnico, não poderá ser a nota final prejudicada por esta atitude? Também isto é verdade. Na minha opinião deveriam os doutos responsáveis pela arbitragem adequarem as regras às circunstâncias.
Acho, no entanto caricato, adultos que acompanham as camadas jovens a darem péssimos exemplos no campo comportamental e disciplinar, exigirem dos árbitros que dêem o exemplo que eles próprios não sabem dar.
Por vezes os jovens ao ouvirem os adeptos, treinadores e até os seus progenitores a contestarem as decisões da arbitragem, ficam convencidos que estes sabem mais sobre as leis do jogo do que os árbitros.
Recordo há uns anos, quando colaborei com o Clube de Futebol “Os Repesenses”, trabalhei com um dos treinador que muito me marcou: Rogério Rebelo. Após um passado brilhante como jogador que apenas as lesões o impediram de atingir um nível ainda mais alto, voltou ao clube que o viu nascer para, como treinador pagar/agradecer tudo quanto o clube havia feito por si. Que diferença em relação ao outros… Num dos primeiros treinos, reuniu o plantel dos juvenis e perguntou se todos sabiam as leis do futebol. De seguida perguntou quantas eram as regras. Aí, os jogadores foram dando as suas opiniões: Muitas, bastantes, imensas, etc. “Sim, mas digam-me um número certo” – insistiu o mister Rebelo. E novamente os jogadores tentaram “adivinhar”: 50, 100, 500…Ao ouvirem que eram apenas 17 (dezassete) as regras ficaram estupefactos e convencidos do muito que ainda tinham para aprender. Rogério Rebelo provou que para ser bom jogador não chega saber jogar à bola. É necessário respeitar os árbitros que sabem mais das regras do que os melhores jogadores.
Finalmente, e para quem ainda desconheça quais são as dezassete leis do jogo, elas aqui ficam:
1. O terreno de jogo;
2. A bola;
3. Número de jogadores;
4. Equipamento dos jogadores;
5. O árbitro;
6. Árbitros assistentes;
7. Duração do jogo;
8. Pontapé de saída e recomeço do jogo;
9. Bola em jogo e bola fora;
10. Marcação de golos;
11. Fora de jogo
12. Faltas e incorrecções;
13. Pontapés livres;
14. Pontapé de grande penalidade;
15. Lançamento lateral
16. Pontapé de baliza
17. Pontapé de canto.

Wednesday, March 28, 2007

CÃIBRAS MUSCULARES


Um dos problemas que aflige atletas e os elementos dos departamentos médicos das colectividades nas pré-épocas são as incómodas e dolorosas cãibras musculares. Estas porém não são um problema exclusivo dos atletas afectando toda a população em geral especialmente os mais sedentários. Nos atletas, além da pré-época as cãibras surgem com maior frequência durante ou após um grande esforço e/ou em climas muito quentes.
Causas:
As principais causas são, quando a competição se desenrola em ambientes muito quentes e o organismo perde uma grande quantidade de líquidos. Esta perda exagerada de líquidos pode, além de provocar a desidratação, predispor o músculo a sofrer uma cãibra muscular, pese embora a inter-relação entre estes factores ainda não ser cientificamente conhecida. No entanto, a diminuição do glicogénio e a perda de sais minerais, podem contribuir para o aparecimento das referidas cãibras.
Podem contribuir para o aparecimento de cãibras, o calçado (incluindo meias e ligaduras elásticas) demasiado apertados, o acumular do ácido láctico nos músculos e as infecções.
Como prevenir o aparecimento das cãibras?
Deve o atleta efectuar um treino adequado ao exercício/competição seguinte, efectuando um prévio e correcto aquecimento e fazer o uso devido dos equipamentos auxiliares à sua actividade. Abro aqui um parentisis, para referir que os bálsamos e os cremes para massagens apenas ruborizam a pele, dando uma sensação de calor que apenas se verifica superficialmente, não provocando uma correcta vasodilatação dos vasos mais profundos.
Deve ainda o atleta ter um maior cuidado com a sua alimentação, não podendo em caso algum descorar a hidratação, recorrendo preferencialmente a água sem aditivos. Pode-se também recorrer a bebidas açucaradas com um com uma “pitada” de sal.
Tratamento:
Se a cãibra muscular for aguda deve o atleta interromper a actividade desportiva, contraindo o musculo que exerce um efeito oposto aquele que foi afectado. No caso mais vulgar nos futebolistas (cãibra muscular nos gémeos) deve-se puxar o pé para baixo (plantiflexão). Depois este deve ser elevado com enorme cuidado, com o joelho flexionado, até formar um ângulo de 90º com a perna (dorsiflexão). Todos estes movimentos devem ser efectuados com cuidando nunca forçando os músculos e sempre com o apoio do atleta lesionado. Nesta posição devem os gémeos serem massajados até à recuperação total do atleta.
No caso dos atletas sofrerem de cãibras com muita frequência, deve-se recorrer ao médico para que se possam fazer exames complementares.

Tuesday, March 27, 2007

Parabéns Padilha




Nome: Roberto Padilha

Data de Nascimento: 27/03/1986 (21 anos)

Nacionalidade: Brasileira

Clube actual: Viseu Futsal 2001

Principais características: Exímio marcador de livres de 10 metros e penaltis. Senhor de um pé esquerdo fabuloso. Como pessoa é alegre e um bom amigo. Parabéns.

Sunday, March 25, 2007

A MINHA HOMENAGEM - 3

Nome: José Augusto Ferreira Margarido
Data de Nascimento: 23 de Fevereiro de 1946 (61 anos)
Clubes onde colaboramos: Clube de Futebol “Os Repesenses”




"Mister" Margarido
Trabalhei durante quatro épocas com o “mister” Margarido e posso disser que sem sombra de dúvida foi dos melhores treinadores com quem tive o prazer de trabalhar e daqueles com quem mais aprendi. O “mister” Margarido tem uma apetência única para lidar com jovens atletas e possui um dom para detectar jovens valores que quando devidamente aproveitado produz resultados excelentes. Que o diga o CF “Os Repesenses” (CFR)o quanto aproveitou com o seu “know-haw”. Amigo e disciplinador como um pai, ainda hoje (e penso que será sempre) respeitado pelos atletas com quem trabalhou. Recordo entre as muitas histórias vividas em conjunto a de dois atletas do escalão de iniciados que eu lhe apresentei - Nelsito e Diogo Pinheiro.
Nelsito, veio englobado num grupo de jogadores gentilmente cedidos pelo Clube Cruz Maltina Lobanense ao CFR, onde as referências eram o Francisco João (ainda hoje atleta do CFR) e Ricardo “Pijama” (um dos melhores, se não o melhor guarda-redes infantil com quem já trabalhei). No primeiro treino (parece que estou a vê-lo), Nelsito apresentou-se ao “mister” Margarido equipado de camisola amarela, calções vermelhos e meias verdes. Ao vê-lo Margarido disse-me: “João, podem inscrever o Nesito. É um jogador com qualidade”. Espantado perguntei como chegara a tal conclusão uma vez que ainda não o tinha visto treinar. Disse-me que o Nelsito tinha “estilo”. Era o seu “feling” a funcinar. E não se enganou. Quanto ao Diogo Pinheiro, era um jogador alto, filho de um antigo grande jogador, que se nos apresentou receoso por integrar uma equipa de jovens valores estando ele parado há um ano. Após apenas 10 minutos de treino, Margarido deu ordens para inscrever o jovem Diogo. Com os seus ensinamentos e aconselhamentos, Diogo foi titularissimo nesse ano alcançando o 2º lugar no campeonato distrital (pela diferença de um golo – 2-1 em casa e 0-2 fora contra o Ac. Viseu), no ano seguinte foi campeão distrital. No seu terceiro ano foi chamado aos trabalhos da selecção distrital de Viseu.
Outras das características únicas no “mister” Margarido é a que concerne ao respeito que tem pela educação dos atletas. Com ele não basta ser bom jogador. Tem de ser educado e integro.
Pessoa afável e de bom trato “mister” Margarido está de momento sem treinar nenhuma equipa, sendo na minha modesta opinião, um dos melhores treinadores para lidar com jovens atletas.
Como jogador tem um passado brilhante e digno. Foi jogador do Olivais e Moscavide, do Sporting Clube de Portugal, do Clube de Futebol “Os Belenenses”, antes de rumar á Beira Alta para representar entre outros o Académico de Viseu e o Clube Desportivo de Tondela.
Estou em crer que voltaremos a trabalhar juntos, numa parceria que deu frutos. Margarido merece treinar jovens atletas e estes nunca o esquecem. Ainda há dias quando falava com alguns dos seus ex-pupilos, foi unânime o carinho e o reconhecimento do valor do “mister” Margarido que todos os atletas manifestaram. Lidou na sua carreira com jogadores de grande nomeada como foram os casos de Eusébio (como adversário), Travaços (ver foto), Matateu, Vicente, Peyroteu, etc.
Aqui no nosso blog, presto-lhe uma singela mas justíssima homenagem.
Obrigado “mister” Margarido.

Friday, March 23, 2007

Parabéns Cabido

Nome completo: Vitor Miguel Costa Cabido
Data de nascimento: 23-03-1988
Nacionalidade: Portugal
Clube Actual: Clube Futebol Repesenses

A DESCRIMINAÇÃO NO DESPORTO



Todos os seres humanos podem invocar os direitos e as liberdades proclamados na presente Declaração, sem distinção alguma, nomeadamente de raça, de cor, de sexo, de língua, de religião, de opinião política ou outra, de origem nacional ou social, de fortuna, de nascimento ou de qualquer outra situação.
Além disso, não será feita nenhuma distinção fundada no estatuto político, jurídico ou internacional do país ou do território da naturalidade da pessoa, seja esse país ou território independente, sob tutela, autónomo ou sujeito a alguma limitação de soberania.
Artigo 2.º da Carta dos Direitos do Homem

Uma das mais vergonhosas atitudes que podemos ver no desporto, são as atitudes discriminatórias visando as diferenças éticas, raciais, culturais, religiosas e de naturalidade do indivíduo.
Ao longo da minha carreira como massagista, trabalhei com atletas de várias raças (embora deteste este termo), de várias nacionalidades e adeptos de várias cores clubisticas. Nunca discriminei ninguém e nunca permiti descriminações nos grupos de trabalho onde colaborei.
Existem vários tipos de descriminação: Nenhuma é mais vergonhosa do que outra. As discriminações racistas que grassam pelos nossos campos, com insultos à cor da pele, quantas vezes imitando macacos. Esses energúmenos, que deveriam ser banidos do espectáculo desportivo, esquecem-se que nos seus clubes, são muitas vezes os atletas de cor que fazem a diferença. Ao nível do futebol, Portugal, embora seja um país de brandos costumes, também tem dado maus exemplos nesta área. Esquecem-se por exemplo que foram atletas de cor dos que mais contribuíram para a imagem do futebol português além fronteiras. A história faz com que não nos esquecemos de nomes como Coluna, Matateu, Vicente, Jordão, Shéu e mais recentemente Manuel Fernandes, Miguel, Neno entre tantos outros com Eusébio “A Pantera Negra” no topo. Eusébio é dos poucos portugueses vivos que dão nome a ruas e têm uma estátua. Eu pessoalmente só tenho de agradecer o que ele fez pelo futebol nacional.
Outra das discriminações é a que têm haver com a nacionalidade dos atletas. Já trabalhei com atletas oriundos dos PALOP’s, do Brasil, de alguns dos antigos países do bloco de leste e ainda entre tantos outros com atletas espanhóis e neo-zelandezes. Com todos mantive (mantivemos) uma cordial e “profissional” relação. Na defesa das cores que defendíamos fomos guerreiros unidos à volta dos ideais da colectividade que à data representávamos. Recordo que quando estive no Rugby Clube de Tondela, fomos disputar um jogo amigável a Espanha, com a equipa sevilhana do Club Amigos del Rugby. No plantel da equipa tondelense havia um jogador espanhol de nome Marco Marquez (antigo internacional espanhol) que foi dos mais empenhados a defender as nossas cores contra os seus compatriotas.
As discriminações sexistas são igualmente vergonhosas. Custa-me e envergonha-me enquanto amante do desporto na sua verdadeira essência ouvir comentários ofensivos às mulheres desportistas e a mulheres árbitras que apitam jogos masculinos. A elas só posso dar o meu incondicional apoio esperando que não desistam e dar-lhes os parabéns pela sua coragem e classe.
As discriminações clubisticas são das mais ridículas que podem existir. Dou como exemplo o meu próprio caso: Sou benfiquista assumido. Não sou fanático, nem faccioso. Sou benfiquista e ponto final. Porém sou filho de um sportinguista incondicional que sempre me educou (e educa) no mais profundo respeito pelas diferenças entre os seres humanos. Aqui também lhe presto a minha homenagem. Nos clubes lidei com atletas adeptos do Benfica, do Porto, do Sporting, do Belenenses, etc. Brincávamos com os resultados, mas a nossa primeira equipa era aquela cujo emblema ostentávamos junto ao coração. Outro exemplo que posso dar, é o da minha passagem pelas selecções distritais da Associação de Futebol de Viseu. Embora na época colaborasse simultaneamente com o Clube de Futebol “Os Repesenses”, dei a mesma atenção aos atletas seleccionados fossem eles de que clube fossem. A maior prova disso foi a recuperação que fiz a um jogador de uma equipa adversária que no fim-de-semana seguinte ia jogar com a equipa de infantis do C.F. “Os Repesenses”. Felizmente recuperei o atleta em tempo útil para que ele jogasse. Foi o melhor jogador da sua equipa e autor de um golo que impediu o C.F. “Os Repesenses” de ser campeão nesse ano. Fiquei triste pelos atletas do C.F. “Os Repesenses” e por mim mesmo por não ter sido campeão distrital mas, fiquei de consciência tranquila por ter ajudado um atleta. Anos depois, a nossa amizade continua. Continuo a admirá-lo como atleta e a disfrutar da sua amizade.
Numa última palavra: Chega de descriminação nos espectáculos desportivos.

Wednesday, March 21, 2007

SANGUE EM CAMPO

Com o aparecimento de doenças como o HIV-SIDA, começou a haver um maior cuidado das altas instâncias do desporto na criação de medidas preventivas para evitar a propagação das referidas doenças.
Hoje, já é vulgar ver a equipa médica entrar em campo usando luvas cirúrgicas, pré-colocadas e, após o socorro ao atleta lesionado, as referidas luvas serem colocadas em sacos para a incineração ou para outro método de destruição.
Por isso, vê-mos que logo que a equipa de arbitragem vê um jogador a sangrar, logo lhe dá ordem para que se retire do terreno de jogo afim de estancar a hemorragia.
Aqui, muitas vezes coloca-se um problema às equipas médicas pois, por vezes não é fácil estancar rápida e eficazmente uma hemorragia. Coloca-se em seguida a pressão do público, dirigentes e atletas para que o atleta regresse o mais rápido ao terreno de jogo. Quantas vezes este trabalho é feito com o atleta suado e às vezes até debaixo de chuva, dificultando assim a adesão dos materiais de penso.
Mesmo os mais experientes, já sentiram dificuldades em estancar hemorragias, principalmente quando na forma de escoriações (muitas vezes provocadas por terrenos agrestes de terra batida), atingem grandes áreas do corpo.
Porque não falar nas feridas no sobrolho que muitas vezes carecem de sutura?
Na maioria dos casos o estancar da hemorragia é efectuada usando H2O2 (água oxigenada), iodopovidona (betadine), gaze e uma ligadura (de cambric ou elástica).
Hoje o mercado farmacêutico coloca à nossa disposição uma série de produtos que nos ajudam imenso neste trabalho. Falo especificamente de três produtos:
a) Ligaduras coercivas;
b) Spongostan;
c) Penso em spray; e,
d) Tiras de sutura.
No caso das ligaduras corcivas, sendo auto-adesivas (usando uma técnica parecida com o velcro), permitem uma eficiente cobertura do penso, mesmo em zonas mais complicadas (por ex. joelho e cabeça), evitando assim o uso de adesivos. É de salientar que estas ligaduras não aderem á pele, nem provocam dolorosas “depilações”
O “spongostan” é uma esponja gelatinosa, tradicionalmente usada por dentistas que, no caso do desporto são extremamente eficazes em casos de homorragias nasais (hepitaxis nasais). Nestes casos usa-se o “spongostan dental”, um pequeno cubo de 5 ml de lado que colocado na narina, ajuda a estancar a hemorragia sendo o mesmo absorvido pelo organismo.
Quando ao penso em spray, é de grande utilidade quando se trata de pequenos ferimentos com dificuldades em se estancar a hemorragia. Nestes casos, mesmo quando a pele esta molhada, o penso em spray é de grande eficácia. Este cria uma camada sobre o ferimento estancando a hemorragia. Após o jogo a fina película desaparece com o simples esfregar.


As tiras de sutura, são pequenos “adesivos” que permitem em feridas abertas (por ex. no sobrolho), unir os bordos da ferida acelerando assim a cicatrização e evitando (em muitos casos) a tradicional sutura, tão traumatizante principalmente em crianças e jovens.
Não prescindo, entre outros, destes produtos na minha mala pessoal de 1ºs socorros, nem nas malas de massagistas nos clubes por onde passei. O único problema que se coloca é a aquisição destes produtos, uma vez que não é fácil encontrá-los em farmácias, podendo no entanto ser encontrados em estabelecimentos de saúde ligados ao desporto.

Tuesday, March 20, 2007

Parabéns "Mini-Deco"



Os meus parabéns à atleta Joana Pinto (Mini-Deco), nascida em 20/03/1985. O desejo que volte depressa a perfumar os campos de futebol com a sua inegável classe.

Monday, March 19, 2007

A MINHA HOMENAGEM - 2

Nome Completo: Nuno Miguel Costa Ventura

Data de Nascimento: 24 de Dezembro de 1977

Curriculum Desportivo:
2006/2007 - Arbitro Quadro Honra Dist. VISEU
2005/2006 - 3.Categoria Nacional FPF
2005/2006 - 1.Categoria Distrital Grp A VISEU
2004/2005 - 1.Categoria Distrital VISEU
2003/2004 - 1.Categoria Distrital VISEU
2003/2004 - 1.Categoria Distrital Futsal VISEU
2002/2003 - 2.Categoria Distrital- VISEU
"O jogo terminou mesmo com o nulo no marcador, onde o árbitro Nuno Ventura, de Tondela, foi mesmo o melhor em campo. Esteve muito bem, a deixar jogar “à inglesa” e permitindo um futebol mais fluido e sem grandes paragens" (Jogo Lusitano, 0 – Campia, 0 in visfutmagazine.blogspot.com)

N U N O V E N T U R A
(Árbitro de Futebol)

Presto esta semana homenagem ao árbitro Nuno Ventura por várias razões:
1º Pela sua coragem (e acreditem que é preciso muita) ao abraçar a carreira de árbitro;
2º Pela sua competência, uma vez que é normal ouvirmos elogios das duas equipas em confronto à sua actuação;
3º Pela excelente propaganda que faz ao desporto, nomeadamente ao futebol.

Começo por esclarecer que Nuno Ventura NUNCA apitou um jogo onde eu estivesse presente como massagista na ficha de jogo. Se um dia o fizer, tenho a certeza, que em nada influirá a nossa amizade.
Entre as muitas qualidades do Nuno, a principal prende-se com a constante e permanente actualização no que às leis do jogo concerne e a uma apurada condição física. Esteve uma época nos quadros da 3ª categoria Nacional, descendo esta época à distrital mas, acredito que voltará a arbitrar jogos do Nacional onde merece estar. Durante os jogos é respeitado por jogadores e técnicos (na sua grande maioria) mesmo quando as suas decisões não lhes são favoráveis.
É vulgar nas camadas jovens, no início do jogo quando lança a moeda ao ar para a escolha de campo ou bola, oferecer a moeda ao capitão de equipa que acertar na escolha.
Ser árbitro é ser alguém que num estádio não tem adeptos e que muitos criticam os seus erros e ele, árbitro, não pode criticar os erros dos jogadores. Quantos jogadores, técnicos e dirigentes desconhecem regras básicas das leis de jogo. Para muitos quando se ganha é porque fomos superiores mas, quando se perde a culpa… é do árbitro.
O Nuno Ventura, pelo facto de usar óculos (por isso os jogadores não lhe podem dizer que precisa de óculos), é conhecido como o "Pedro Abrunhosa da Arbitragem" e até como o Collina Português pela sua competência e pelo problema capilar.
Amigo Nuno – Senhor Árbitro, obrigado pela tua amizade e parabéns pela tua competência.
Nesta como em todas as homenagens que fizer agradeço aos meus leitores (e aos visados) uma opinião, honrando-me assim com a vossa colaboração.
Um bem haja e... até para a semana.

Ucha na Selecção nacional sub-19

Ana Cristina Pais Figueiredo
" U C H A "

Depois de Neide, Chica, Catarina Bernardes, Catarina Almeida, Noémia, Tânia Almeida, e das "provisoriamente" retiradas Susana Marques, Ângela e Cristiana, chega a vez (até que enfim) de se ver na convocatória para a Selecção nacional de Sun-19 o nome de Ana Cristina (Ucha para os amigos). É a corolar de anos de dedicação ao futebol e de repetidos e injustos esquecimentos do seu nome. Quantas vezes lhe disse que atingiria este patamar (e não só). Para a "Ucha" (colegas, dirigentes, técnicos e adeptos do Escola F.C.) os meus humildes parabéns e... agora para que a minha previsão seja completamente cumprida, só falta a chamada dessa excelente jogadora que é a Leila.

Friday, March 16, 2007

A PSICOLOGIA NO DESPORTO



“Não há, não,
duas folhas iguais em toda a criação.
Ou nervura a menos, ou célula a mais,
não há, de certeza,
duas folhas iguais.”
António Gedeão


Sempre fui apologista de que no desporto, devemos usar de muita "psicologia" se queremos obter os nossos objectivos. Nas camadas mais jovens é de vital importância a vertente psicológica nos atletas. Um jovem atleta tem no seu dia-a-dia três modelos que tenta seguir. Os pais, os professores e os treinadores (aqui englobo toda a equipa técnica e directores). Dos pais recebem “o pão e a educação”. Dos outros apenas a educação. Mas não será a educação o alimento (pão) do cérebro. É de vital importância o incentivo ao jovens atletas para que eles consigam atingir patamares mais altos. Devemos responsabilizá-los sem nos desresponsabilizarmos. Como? É fácil. O jovem atleta (e não só) deve ser conhecedor das suas capacidades e potencialidades. A nós mais velhos (treinadores, dirigentes e equipa médica) cabe-nos a grata tarefa de moldar esses diamantes, fazendo-os acreditar nas suas potencialidades sem nunca estabelecer metas para as atingir. Cada jovem atleta (como cada homem) é único na sua universalidade.
Há atletas que vivem dramas pessoais inimagináveis e vêm no desporto o seu escape. Se nós os pressionarmos, criticarmos e menosprezarmos o seu esforço estamos a contribuir para uma pior situação do atleta.
Recordo nos (maravilhosos) anos que passei ao serviço do C.F. “Os Repesenses” (CFR), os dois anos que trabalhei com Nuno Santos e com o Prof. Luís Pereira e com soberbos e dedicadíssimos directores como o Carlitos, o Zé Leiria, o Hilário, o Zeca Monteiro, já para não falar na família Lopes (principalmente a “eléctrica” D. Graça). Nessas duas épocas o C.F. “Os Repesenses” obteve dois títulos de campeão distrital de futebol (um de Iniciados e outro de Juvenis). Se o título de juvenis se aparentava como “obrigatório”, visto a qualidade do plantel, o de iniciados surgia quase como “missão impossível”. Esta equipa era uma mescla de jogadores iniciados de 2º ano que, no ano anterior havia disputado o campeonato nacional e havia descido no último jogo, mais um grupo de talentosos atletas oriundos dos infantis.
Treinando em apenas meio campo (quantas vezes até só na grande área) e dispondo de um plantel de 52 (!!!) atletas, dos quais 37 federados, Nuno Santos e Luís Pereira fizeram um excelente trabalho. Jogaram TODOS os jogadores, sem excepção. A história mais caricata desse ano prende-se com a utilização como titular de um guarda-redes que se estreou no jogo que decidiu o título. Nesse dia, no jogo em Mundão contra o Cabril, ao ver o onze inicial deparei-me com o nome de Paulo como guarda-redes titular. Mesmo tendo em conta que o CFR tinha nessa época 4 guarda-redes (Emanuel, Peixoto, Eduardo e Paulo) achei estranho que fosse o Paulo o titular, pois dos quatro era o menos rodado e experiente. Sem querer invadir a esfera de acção do treinador, questionei-o qual a razão de tal atitude. Respondeu-me que o fez por o Paulo ser o único que havia efectuado todos os treinos nessa semana e que merecia ser titular. Fomos campeões (só com vitórias da fase final) e certamente, Paulo (tal como nós), jamais nos iremos esquecer desse dia.
Hoje, recordamos com orgulho essas épocas. Sendo que todos quantos colaborávamos na altura não éramos remunerados, o nosso melhor pagamento é o enorme carinho de atletas e pais por nós (e de nós por eles obviamente). Contribuímos nessa época para uma filosofia de espírito de grupo que ainda hoje prevalece entre todos nós. No futuro, certamente estaremos em lados opostos da barricada (leia-se seremos adversários) mas, a “rivalidade” será de apenas 90 minutos.
Como cúmplice dessas duas épocas, só tenho de agradecer a oportunidade que me foi concedida.

Tuesday, March 13, 2007

A MINHA HOMENAGEM - 1




Nome Completo: Neide Marina Fidalgo Alves Mateus Simões
Data de Nascimento: 19 de Julho de 1998
Clube Actual: Escola Futebol Clube
Colectividades onde colaboramos: Selecção Distrital de sub-17 da Associação de Futebol de Viseu e Escola Futebol Clube


N E I D E
“Gostaria, ainda, de felicitar a Neide pela exibição que fez. Não teve responsabilidades em nenhum dos golos e ainda teve algumas intervenções de grande nível. Ganhámos uma guarda-redes de grande qualidade”. (José Augusto - Seleccionador Nacional de Futebol Feminino, após o jogo Portugal, 1 - Islândia, 5 em 12/03/2007)

Conheci a Neide, tinha ela apenas 14 anos nos inícios de 2003, aquando dos treinos da 1ª Selecção Distrital de Sub-17 de Futebol Feminino da Associação de Futebol de Viseu. Na altura, era jogadora de futsal e demonstrava um bom domínio de bola que fez com que fosse a mais nova das seleccionadas para o torneio, onde a selecção da A. F. Viseu obteve um honroso 6º lugar (o melhor até hoje), perdendo o 5º lugar na disputa com a A.F. Lisboa onde uma tendenciosa e desastrosa arbitragem tudo fez para esse desfecho. No ano seguinte, mais madura e experiente, foi um dos esteios da equipa. Foi uma das jogadoras que aconselhei ao presidente do Escola Futebol Clube, não só por acreditar nas suas capacidades mas também pela alegria e jovialidade que transmite a colegas, técnicos e dirigentes. Na época 2004-05, fui convidado para ser massagista do Escola Futebol Clube, convite que me honrou e equipa da qual sou o fã número UM. A equipa havia ficado privada da guarda-redes internacional A, Ana Santos e em conversa com o presidente do clube, fiquei ciente das dificuldades em arranjar jogadoras para este posto específico, já que a única que conhecia com algum valor era de Vila Nova de Tázem. Após alguns contactos, o Escola FC contratou uma jogadora residente em Seixo da Beira (distrito da Guarda) que apenas efectuou o jogo de apresentação, abandonando de seguida o clube. Recorreu-se á primeira alternativa, uma jovem residente no concelho de Tondela que, defendeu as redes no primeiro jogo em Molelinhos frente à equipa do Avintes. Na semana seguinte, também esta abandonou o clube. Quinjó, o treinador principal, via-se a uma semana de defrontar o Mortuense (equipa para onde fora transferida Ana Santos) no seu reduto, sem guarda-redes. Sem alternativas opta por Meirielen Gomes (para nós a Mi), uma jovem brasileira que no passado fora jogadora de andebol e que tinha características próprias para a posição. No primeiro treino da semana deparo-me com a Mi com uma mão ligada devido a um corte na membrana inter-digital entre o polegar e o indicador da mão direita, com um período de convalescença nunca inferior a 10 dias. Ora, mais uma “carta” fora do baralho para o posto de guarda-redes. Em conversa com o treinador-adjunto Jorge (na ausência de Quinjó que nesse dia devido a afazeres profissionais chegaria mais tarde), este opta por Neide que ambos dissemos ter características para a específica posição.
Fomos a Murtosa, onde fomos derrotados por 0-3 e onde, Neide, no seu primeiro jogo como guarda-redes fez uma boa exibição sem responsabilidade nos golos sofridos. Ao longo da época, foi apurando a sua classe, limando algumas limitações de alguém que estava há pouco tempo a desempenhar tão árdua tarefa. Após os dois primeiros jogos, disse-lhe que ainda nessa época chegaria à Selecção Nacional. Nessa altura, chamou-me maluco e que era impossível. Ganhei-lhe a aposta. Num jogo (creio que contra o Odivelas) para a Taça de Portugal, a adjunta do seleccionador Nacional, Sr. José Augusto, deslocou-se a Molelinhos tendo ficado surpreendida pela qualidade da Neide. Pouco tempo depois era chamada aos trabalhos das selecções Nacionais de sub-18 e sub-19. Durante o ano de 2005, é convocada pela selecção distrital de Viseu, para disputar o torneio inter-selecções de sub-17 de futebol feminino onde, pela primeira vez vai como guarda-redes. É considerada a melhor guarda-redes do torneio, pese embora o facto de se ter lesionado com alguma gravidade durante o referido torneio. Nessa altura e enquanto lutávamos para o debelar da lesão, apostei novamente com ela. Disse-lhe que em menos de um ano estaria a ser seleccionada para a selecção A. Riu-se novamente e, quando fui convocada pela 1ª vez para um estágio disse-me que só o era devido à lesão de uma outra guarda-redes. O presente dá-me razão. Neide é sem dúvida nenhuma a melhor guarda-redes da actualidade e pelo que vi no último Mundialito do Algarve, teria lugar na grande maioria das selecções mundiais.

Inicio hoje uma nova rúbrica neste meu/nosso blog.

Com ele tenho por objectivo prestar uma humilde e singela homenagem a alguns dos agentes desportivos com quem tive o raro previlégio de trabalhar (atletas, técnicos, dirigentes, árbitros e adeptos). A apresentação (que vou tentar ser semanal), não tem nenhuma ordem lógica, sendo aleatória quanto à importância do homenageado ou, quanto ao seu papel na minha carreira. Todos foram importantes e todos, sem excepção, marcaram-me enquanto massagista, desportista e como Homem.

A todos os homenageados o meu eterno agradecimento. Os leitores deste blog, podem ficar com a certeza de que se um dia trabalharem com estes homenageados, vão conhecer uma pessoa honesta, trabalhadora e amante do desporto no seu verdadeiro sentido.

Um abraço a todos.

Monday, March 12, 2007

FORMAÇÃO vs COMPETIÇÃO

(A alegria na formação é fundamental)

Muito se tem falado sobra a melhor forma de trabalhar com os jovens atletas. O trabalho deve ser orientado no âmbito das escolas de formação ou, devemos incutir nestes jovens o espírito competitivo e ganhador.
É certo que todos nós gostamos de ganhar. E, neste prisma, talvez a competição seja a melhor das formas para se trabalhar os jovens. No início todos querem ser um novo Ronaldinho, um Beckham, um Figo ou um Cristiano Ronaldo.
Na minha modesta opinião, pese embora o facto de podermos conciliar as duas formas, devemos dar primazia à primeira: A Formação.
Primeiro o Homem – Pessoa e depois o Atleta – Competidor.
Sabemos que todo o ser humano é um desportista em potência e todos nós sabemos o quanto importante é a vertente do desporto no desenvolvimento bio-psico-socio-cultural dos jovens. No entanto, nos jovens de mais tenra idade (até aos 14/15 anos), o desporto deve ser encarado como um jogo onde o principal objectivo deve ser a transmissão de conhecimentos e gestos por parte de professores/treinadores e a aprendizagem dos referidos gestos e conhecimentos por parte do aluno/atleta.
Muitas vezes a má formação nos escalões mais jovens deve-se a uma absurda pressão de NÓS pais sobre os filhos. No entanto não será de excluir os pseudo-treinadores (muitas vezes dirigentes “à força” só porque foram atletas e/ou são pai de um atleta) que, nada sabem de preparação física e com o curso de “treinador de bancada” dão treinos absurdos e sem nenhum aproveitamento técnico/táctico.
Quanto aos pais, quantos, só porque os filhos fizeram uma finta, uma defesa ou marcaram um golo, julgam ter em casa um novo Maradona ou Eusébio. Um dos comentários mais ridículos que ouvi de um pai foi o de que preferia ter filhos com “inteligência” nos pés do que inteligência na cabeça. Sem comentários. O jovem deve crescer gradualmente na razão directa dos conhecimentos e capacidades adquiridos. Não deve em caso algum “queimar” etapas. Também sou pai de um jovem atleta que felizmente, encara o desporto como um hobbie e não como uma feroz competição. Ainda bem que lhe consegui incutir estes princípios. Ele, tal como eu, também gosta de ganhar. No ano transacto, ambos vibramos (mais eu do que ele) com a vitória no Campeonato Distrital de Escolas da Associação de Futebol de Viseu, após um campeonato 100% vitorioso (15 jogos – 15 vitórias).
Mas será que este ano em que o vejo a ser mais utilizado (de 25 minutos a época transacta para a quase totalidade dos minutos desta época), devo ficar triste e abatido pelo 5º ou 6ºlugar que vão conseguir? Não, não estou triste e muito menos abatido. Estou isso sim é orgulhoso do trabalho desenvolvido pelo Prof. Cliff, pela Profª Tânia Almeida e pela excelente treinadora de guarda-redes, a internacional A Neide Simões. Estes podem não ter conseguido conciliar a formação à competição e não ter atingido o lugar mais alto do pódio competitivo mas, foram certamente os campeões na educação, no carinho e na transmissão de conhecimentos aos jovens. Com eles o meu filho cresceu como homem e como atleta. Prefiro vê-lo no futuro como um homem que praticou desporto na sua juventude, do que o ver como um atleta acéfalo, cuja única cultura é a da competição e cujo vocabulário se resume a mais uma mão-cheia de impropérios com que vai presenteando os árbitros.
Felizmente o meu filho está num clube que me habituou a formar jovens e onde a única vedeta é a cruz de Cristo que ao peito ostentam.

Thursday, March 01, 2007

TRABALHAR COM JOVENS ATLETAS



Trabalhar com jovens atletas é gratificante e dignificante, embora haja quem não goste de trabalhar com eles. Ou porque não aprendem, ou porque não tem qualidade ou, por qualquer outra razão. Puro engano. Os jovens têm por norma três exemplos que tentam seguir:
Os pais, enquanto tutores da sua educação, sendo igualmente aqueles que lhe dão a alimentação e toda uma panóplia de objectos (brinquedos, livros, computador, etc.) que o jovem almeja.
Os professores, como educadores, são muitas vezes os ídolos dos jovens. Gosto mais deste professor do que daquele.
Finalmente o terceiro exemplo, a seguir pelos jovens é o grupo dos agentes desportivos (treinadores, directores e elementos do departamento médico).
Neste prisma devemos ser um exemplo e uma referência para os jovens.
O jovem atleta não é um adulto em miniatura. Não devemos adequar os exercícios e cargas físicas aplicadas aos adultos aos jovens usando “uma regra de três simples”. Exemplificando: No caso do futebol, um adulto faz um jogo com a duração de noventas minutos e durante os treinos poderá ser sujeitos a cargas de intensidade X e a desempenhos Y. Um jovem jogador do escalão de Escolas (8-11 anos) joga durante 50 minutos mas não deve ser sujeito a 55% das cargas de intensidade X e a 55% dos desempenhos Y.
Lidei com jovens atletas em quase todos os clubes com os quais colaborei (a excepção é o Clube Cruz Maltina Lobanese). Fui amigo, conselheiro, explicador e até massagista. Brinquei, ouvi, aconselhei, corrigi e tudo fiz para manter uma relação de amizade com os jovens atletas. Tenho orgulho neles. Nunca serão meus adversários, mesmo quando me defrontam. Sinto-me honrado quando me reconhecem na rua e quando, no caso de alguns, atingiram patamares mais altos, me telefonam e pedem opiniões quando estão lesionados.
É também de vital importância a relação com os encarregados de educação. Nos mais jovens, deve o Departamento Médico aconselhar o jovem dos procedimentos para debelar a lesão mas transmitir esses mesmos conselhos aos encarregados de educação.
Os outros agentes desportivos, nomeadamente os directores, não devem exigir dos escalões de formação o que é exigível em escalões de competição. É triste e, porque não dizer repugnante, ouvir dirigentes a insultarem atletas, minimizando os seus esforços e dedicação. Esquecem-se porém, que na maioria dos casos os seniores recebem uma verba mensal, têm direito a equipamento para os treinos e ao almoço nos dias dos jogos. Aos jovens é-lhes oferecida uma simples sandes e um sumo no final dos jogos (às vezes), têm de usar equipamento próprio nos treinos e em muitos casos os pais têm de pagar uma quota para poderem treinar e jogar. E quem os treina? Em muitos casos, antigos ou actuais atletas , alguns sem o mínimo de preparação para a função. Quantos “treinadores” das camadas jovens têm o curso de treinador ou são professores de educação física? E quantos “pseudo-treinadores” são inscritos como directores apenas para se poderem sentar no banco?
Já é tempo de apostar nas camadas jovens, para que mais tarde, não se perca o parco tempo a ensinar regras básicas de táctica, higiene e outras.
Finalmente, devem os ídolos externos aos jovens também darem o exemplo. Falo dos melhores praticantes desportivos, as vedetas também chamadas de craques. Como podemos nós formadores explicar a um jovem que o fast-food não é uma boa alimentação para os desportistas se eles vêm em spots publicitários jogadores a comerem e a publicitarem esse tipo de alimentação. Como fazer entender que o álcool e o tabaco são prejudiciais à saúde se, a própria Selecção Nacional é/foi patrocinada por uma marca de tabaco e por uma marca de cerveja.
Como explicar a um jovem que devem pautar a sua vida pelas regras da boa educação e de que mais importante do que o desporto é a escola se, vemos atletas de topo a serem arrogantes, mal-educados, a agredirem adversários e árbitros e a terem intervenções pública que envergonhariam os aborígenes analfabetos.
Felizmente existem excepções à regra. Já privei com atletas que possuindo o estatuto de vedetas, são de uma enorme simplicidade.
O último dos casos foi por mim vivido no dia 25/02/2007, aquando da visita da equipa de futsal do S. L. Benfica a Viseu para disputar um jogo amigável com o ViseuFutsal2001. Da parte da manhã houve um “clinic” (treino) com jovens com menos de 15 anos orientado pelos jogadores André Lima e Ricardinho, talvez (se não mesmo) os dois melhores jogadores de sempre o futsal português. Vi dois excelentes jogadores a conviverem com os jovens, a brincarem, a ensinarem e no fundo a divertirem-se. Que bonito. Que grande exemplo dado por estes dois jogadores. Mesmo cansados, jamais recusaram uma foto, um autógrafo, um beijo, uma opinião. Já assim o pensava, mas fiquei com a certeza que o André Lima, o Ricardinho, o Bebé, etc. são maiores como homens do que o são como jogadores (e como jogadores já estão todos no top).
Uma outra situação aconteceu após o almoço quanto os jogadores do Benfica foram para o interior do autocarro descansar. Ricardinho, chamou a “miudagem” e munido de um computador portátil mostrou “filmes” de jogos onde participou, para gáudio dos jovens que puderam apreciar alguns dos seus malabarismos.
São exemplos como este que fazem falta ao desporto nacional. Basta de prepotência e de arrogância.