Wednesday, March 23, 2011

A importância dos Departamentos Médicos

Ao ver a realidade do nosso desporto dito amador, é confrangedora a falta de elementos pertencentes ao chamado Departamento Médico. No futebol, desporto que certamente abarca a maioria dos praticantes, o cenário é de uma pobreza franciscana. Se há clubes com médicos, enfermeiros, fisioterapeutas e massagistas, outros há sem ninguém com os mínimos conhecimentos nesta área.
Se omitir-mos o escalão sénior o panorama piora exponencialmente.
O Departamento Médico sempre foi o parente pobre do desporto e infelizmente assim continua em pleno século XXI. É certo que não são muitos os quadros com competência nesta área, mas não é menos verdade que ainda são alguns que não encontram um lugar ao sol. Outros, ao analisarem as ofertas, vêm-se comparados monetariamente a simples tarefeiros das instituições.
O Departamento Médico ideal, deverá ter nos seus quadros entre outros médicos de clínica geral, ortopedistas, fisioterapeutas, enfermeiros, nutricionistas/dietistas, psicólogos, massagistas, etc.
Em termos de equipamento de apoio clínico, deverá ter (entre outro material), laser, ultrasons, correntes galvânicas, parafina, parafango, hidrocolector, infravermelhos, electrocardiografo, desfibrilhador, etc.
Claro que tudo isto custa imenso dinheiro e os clubes não vivem em desafogo financeiro que lhes permita ter uma equipa humana assim tão bem constituída e toda esta parafernália de equipamento.

Mas também de que serve todo este equipamento se não se possui quem saiba com ele trabalhar?
O que se gasta no Departamento Médico, não pode, nem deve, ser encarado como despesa, mas sim sempre como um investimento.
No que concerne às condições humanas do Departamento Médico, se houver alguém ligado à equipa técnica com conhecimentos básicos na área da saúde (por exemplo alguém possuidor de conhecimentos na área dos primeiros socorros), pode evitar o aparecimento de muitas lesões e minorar os seus efeitos em caso de ocorrência das mesmas.
E todos os agentes desportivos (incluindo treinadores e dirigentes) podem ser socorristas e evitar lesões. Ensinar a um jovem como ligar os pés, como apertar o calçado, incentivar e obrigar ao uso dos equipamentos de protecção individual (por exemplo caneleiras) e ao uso de chinelos no banho, pode evitar o aparecimento de lesões e é tão simples de colocar em prática.
Sempre me disponibilizei para partilhar os meus conhecimentos na área dos primeiros socorros e na área do massagismo desportivo. Como formador nesta área, noto que nas formações que tenho dado, há imenso interesse e receptividade da parte dos formandos. Como seria óptimo que em cada jogo houvesse pelo menos um elemento com conhecimentos nesta área no banco.
Em relação aos equipamentos e aos consumíveis, estes devem ser proporcionais às competências dos elementos do Departamento Médico. Que me interessa possuir na minha mala de 1ºs socorros, artigos que eu não saiba e/ou não possa utilizar?
Já é tempo, em pleno século XXI, dos agentes desportivos verem o Departamento Médico como uma necessidade e não como algo luxuoso e supérfluo.
Felizmente ainda há quem lhe dê valor, principalmente aos atletas que a nós recorrem.
Dou como exemplo o meu próprio caso que, pese embora já tenha passado por dezena e meia de clubes, os atletas continuam a recorrer a mim (mesmo como adversários), fruto da minha disponibilidade, mas também devido à carência de quem nas suas colectividades os oriente e apoie nessa área.
É tempo de se acreditar e apoiar os departamentos médicos nos clubes. Se olhar-mos exclusivamente para a parte financeira como despesa, jamais sairemos das trevas pré-históricas.
Fiz em tempos um pequeno estudo onde cheguei à conclusão que numa equipa sénior, o investimento em material para o Departamento Médico (partindo do zero absoluto), seria em média de 20,00€ por atleta por mês. Considerando o valor a pagar (franquia) de cada vez que se faz uma participação ao seguro (50,00€), verifica-se que se houver um Departamento Médico que evite algumas participações ao seguro (e evitam mesmo), este investimento já está a ser amortizado.
Recordo um clube por onde passei, onde no ano anterior à minha entrada tinha havido 14 participações ao seguro (onde além da franquia, devemos somar as despesas com as deslocações de e para as clínicas convencionadas). No ano em que eu colaborei com esse clube houve apenas uma participação, fruto de um traumatismo violento que um atleta sofreu que obrigou à sua evacuação hospitalar.

Monday, March 21, 2011

Pergunta de leitor

Boa Tarde Há cerca de um mês a jogar á bola estiquei o musculo da coxa da perna direita .Gelo , e depois Voltaren-Gel e Ananase durante três dias , dor passou e voltar ao futebol .Demorou 5 minutos .Parar duas semanas , numa delas com a ajuda de um fisioterapeuta , Quinze dias depois e sem dores joguei a segunda parte sem problemas .Agora neste sabado que passou uma primeira parte bem mas no começo da segunda parte volto a esticar e volta a dor .Nestes ultimos dias mais gelo e agora o que poderei fazer a seguir ? Obrigado
Cali

Aconselho-o a recorrer de novo ao fisioterapeuta com quem já trabalhou, uma vez que só o contacto directo com o paciente nos permite uma avaliação mais profunda. No entanto, caso possa fazer uma ecografia, poderá dar-nos uma pista para essas "recaídas".