Thursday, May 19, 2011

FORMAÇÃO EM PRIMEIROS SOCORROS

Nas diversas formações que dou sobre os princípios básicos dos primeiros socorros, cito o caso de países como a Alemanha, onde um curso básico de primeiros socorros é obrigatório, para a obtenção da carta de condução.
Portugal que detém tristemente, um dos maior índice de sinistralidade automóvel, não se mostra minimamente preocupado com o ensino do socorrismo. Eu, faço parte de uma geração que teve a sorte de ter no meu 10º ou 11º ano, a disciplina de Noções Básicas de Saúde e de Socorrismo.
Esse ensino, aumentou em mim a paixão pela área da saúde, em especial pela dita emergência médica. Ao longo de mais de 3 décadas, intervi em milhares de socorros. Uns mais simples, outros mais complicados.
Tenho no meu “curriculum” muito perto de trinta reanimações cardio-pulmonares ou cardio-respiratórias como antigamente se dizia. Umas infelizmente sem sucesso, por motivos vários, outras felizmente, com a minha satisfação de além de ter feito tudo o que estava ao meu alcance, contribuí para que a reanimação tivesse sucesso.
Com sucesso, não posso deixar de frisar (e peço desculpa pela minha falta de modéstia) a última que efectuei. A vítima era “simplesmente” a minha mãe. Hoje (quase um mês depois) embora ainda se queixe de três costelas fracturadas e ainda um pouco debilitada, está felizmente viva. A conjugação de vários factores, onde a sorte também foi um deles, permitiu este desfecho. Porém, caso a pessoa que a socorresse não tivesse, pelo menos, os meus parcos conhecimentos, o desfecho tinha sido muito trágico.


Ciente desta problemática e da falta de formação nesta área, tenho ministrado variadíssimos cursos de primeiros socorros. Noto, um crescendo interesse nas colectividades em ter nos seus quadros pessoas com conhecimentos na área de socorrismo. Um socorro eficaz nos primeiros instantes, pode ser a diferença entre a vida e a morte de alguém.
Muitas vezes, só o facto de se saber o que não se deve fazer é fundamental para o não agravar de situações.
Tenho recebido e aceite convites de várias colectividades que com um pequeno investimento financeiro, dotam alguns dos seus colaboradores de conhecimentos básicos de primeiros socorros. Digo investimento financeiro e não despesa, uma vez que se a intervenção destes “socorristas”, evitar uma evacuação hospitalar da vítima, logo a despesa/investimento inicial começa a ser amortizada.
As acções de formação que promovo, são adequadas ao tipo de actividade que a colectividade pratica.
A acção de formação sobre primeiros socorros que promovo, aborda fundamentalmente os seguintes temas:
A prevenção dos acidentes;
O alerta (formas e normas);
O primeiro socorro;
Socorros prioritários:
Asfixia;
Choque;
Hemorragias;
Envenenamentos;
RCP – Reanimação Cardio-Pulmonar;
Socorros secundários:
Fracturas;
Feridas;
Queimaduras;
Levantamentos e transportes;
Malas de primeiros socorros;
Etc…
No caso de clubes desportivos, costumo também abordar temas relacionado com a traumatologia desportiva, alimentação, doping, etc.
Estou disponível para ajudar, mas para isso também preciso que haja interessados.




João Carlos Matos Vale
Massagista e socorrista (membro do Clube de Reanimação Cardio-Respiratória)

2 comments:

Unknown said...

Para quem não está em ambiente hospitalar ter essas experiências de rcp é de louvar.
Por outro lado diz-me a experiência que poucas vezes se tem sucesso!
Cumprimentos

João Carlos said...

Tem toda a razão. Infelizmente os índices de sucesso são diminutos. No entanto, como deve saber, um dos factores para o insucesso de uma RCP é o início tardio. Felizmente já tive alguns com exito, mas também já houve outros que mesmo tendo chegado poucos segundos após a paragem foi o insucesso que reinou o que muito lamento, como imagina.