Sunday, May 27, 2007

Carlos Lopes


(A. F. Viseu)

Presto a minha homenagem a um homem competentíssimo, acarinhado por todos e amigo. Aliás um grande amigo.
Conheci o Carlos Lopes há vários anos. Recordo-me dele desde que estou ligado ao futebol. Anos mais tarde quando aceitei o convite para colaborar com o Clube de Futebol “Os Repesenses” foi uma figura habitual quer nos jogos, quer nas instalações do clube que ele tanto ama.
No decorrer do 2º ano na turma Repesense, foi-me endereçado o convite para colaborar com a Associação de Futebol de Viseu. Aceitei de bom grado, já que tinha esse como um dos meus objectivos na minha carreira enquanto massagista. E, foi aí que tive o raro privilégio de conhecer o verdadeiro Carlos Lopes. Empenhado, empreendedor e organizado, tudo fazia (e faz) para que nada falte quer aos atletas, quer aos técnicos e dirigentes.
O que mais me surpreendeu nos primeiros tempos era ver a sua constante presença nos treinos, sendo o 1º a chegar e o último a sair e a sentir (e lamentar) a sua ausência nos torneios. Fazendo uso da frontalidade que penso ter, questionei directamente o Presidente da Associação de Futebol de Viseu que me informou que tal situação iria mudar muito em breve. E felizmente mudou. O Carlos Lopes começou a acompanhar-nos aos torneios, onde conseguiu expandir a sua imagem e amizade perante todas as outras Associações de Futebol e no seio da própria Federação Portuguesa de Futebol. Logo no primeiro ano no Torneio Lopes da Silva, granjeou entre os dinossauros da FPF o respeito e a admiração.
Ao longo dos quatro anos em que colaborei com a AF Viseu, nos torneios onde estive com o Carlos, partilhamos quase sempre o mesmo quarto de hotel, residencial ou mesmo nos “bangalows” da Pousada de Oeiras. Foi, sem nenhuma dúvida, a pessoa com quem mais empatia houve (a par de José Carramanho que irá também ser alvo de uma homenagem neste blog) de entre todas aquelas com quem lidei no futebol.
Recordo com saudade algumas das suas frases típicas. Quando chegavam aos treinos dirigentes de clubes, logo se ouvia a voz do Carlos a dizer: “Chegou o Presidente da República de Cinfães, de Lamego, de Castro Daire, etc”. Outra das suas frases mais marcantes era quando se procedia à recolha do material e era questionado qual a quantidade das bolas, respondia a preceito: “É uma dúzia de quinze”. Logo havia um atleta que lhe dizia: “Mas uma dúzia é doze”. Então Carlos Lopes ensinava-lhes a sua matemática: “Aqui em Viseu, uma dúzia tem quinze. A semana passada, eram dez, mas hoje são quinze”.
Tínhamos e temos muitas opiniões em comum: Nos torneios a primeira prioridade era para com os atletas. Depois vinham os outros. Apenas a paixão clubista nos separa: Nesse aspecto cada um de nós vibra por uma cor diferente.
Ao Carlos Lopes, resta-me agradecer, todos os ensinamentos que me transmitiu e a amizade que permanece e permanecerá.

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