Wednesday, May 30, 2007

MASSAGENS

Perde-se no tempo a origem da massagem. Acreditamos que desde sempre, existiu quem massaja-se e quem fosse massajado.
É algo que está presente nas nossas vidas, no nosso dia a dia e que de uma forma geral, todos nós apreciamos.
Sejam desportistas ou casais de namorados, sejam velhos, novos ou mesmo bebés, todos apreciam uma boa massagem.
A massagem pode ser relaxante, minorando ou mesmo fazendo desaparecer a tensão acumulada após um dia de trabalho, ou antes de uma competição onde “os nervos”, estejam “à flor da pele”.
A massagem pode ser igualmente revigorante e tonificante, estimulando músculos e tendões, preparando o “corpo” para o esforço.
Estes dois tipos de massagem (relaxante e revigorante) podem ser administrados por um massagista ou fazendo uma auto-massagem. Quando estamos com uma dor de cabeça, e com os dedos médio e indicador “massajamos” a zona temporal, estamos a auto-massajarmos.
A massagem é a mais pessoal das terapias. Implica uma estreita ligação entre o massagista e o massajado, visto haver um permanente contacto físico entre ambos. Talvez por isso, as massagens são muitas vezes vistas como práticas de índole sexual, onde por vezes o pudor, o desconhecimento e a desconfiança, impedem a boa prática de uma terapia, onde apenas os conhecimentos do massagista, aliado a “umas boas mãos” (saber de experiências feito), contam. A massagem, aplica óleos, gorduras e produtos sabonáceos, não recorrendo (na maioria dos casos) a fármacos. Contam mais vezes as “boas mãos”, do que quaisquer bálsamos ou pomadas anti-inflamatórias.

Será talvez esta uma das razões pela qual, já os chineses (cerca de 3000 AC) e os egípcios a praticavam.
Igualmente, os filósofos e os médicos gregos, já prescreviam esta terapêutica aos seus pacientes.

Objectivos da massagem

Na massagem, um dos objectivos é o revigorar ou relaxar, não só o corpo como também a mente.
A massagem revigorante, promove a renovação celular e ajuda a eliminar toxinas. Por sua vez, a massagem relaxante visa “amolecer” os músculos e articulações tensas, dando ao massajado uma completa sensação de bem-estar.
O nosso organismo, possui terminações nervosas ao longo de todo o corpo. Estas são estimuladas/relaxadas com a massagem. A massagem colabora também no aumento da circulação sanguínea, dando á pele, elasticidade e rigidez, retardando assim o aparecimento de rugas.
Nos músculos, com a massagem os nutrientes fundamentais ao sangue, circulam com eficácia melhorada. As luxações, entorses e cãibras, têm uma recuperação mais célere, se houver o recurso às técnicas de massagem.
No que concerne ao desporto, a massagem deve ser revigorante, antes da competição, treino ou exercício e relaxante após este, “acalmando” os músculos doridos.
Como é sabido da física, o calor dilata os corpos. A massagem, pelas suas caracteristicas de fricção e ao “obrigar” o movimento de articulações e músculos, dilata os vasos sanguíneos. Assim o fluxo sanguíneo é aumentado, fazendo com que a circulação aumente o fluxo de linfa e de oxigénio, reduzindo assim o risco de infecções e de doenças.
A própria digestão é beneficiada. São melhorados os processos de assimilação e de eliminação, minorando problemas com a obstipação e flautuência. Uma massagem regular, é potenciadora de um melhorar da regulação digestiva.

Sunday, May 27, 2007

Carlos Lopes


(A. F. Viseu)

Presto a minha homenagem a um homem competentíssimo, acarinhado por todos e amigo. Aliás um grande amigo.
Conheci o Carlos Lopes há vários anos. Recordo-me dele desde que estou ligado ao futebol. Anos mais tarde quando aceitei o convite para colaborar com o Clube de Futebol “Os Repesenses” foi uma figura habitual quer nos jogos, quer nas instalações do clube que ele tanto ama.
No decorrer do 2º ano na turma Repesense, foi-me endereçado o convite para colaborar com a Associação de Futebol de Viseu. Aceitei de bom grado, já que tinha esse como um dos meus objectivos na minha carreira enquanto massagista. E, foi aí que tive o raro privilégio de conhecer o verdadeiro Carlos Lopes. Empenhado, empreendedor e organizado, tudo fazia (e faz) para que nada falte quer aos atletas, quer aos técnicos e dirigentes.
O que mais me surpreendeu nos primeiros tempos era ver a sua constante presença nos treinos, sendo o 1º a chegar e o último a sair e a sentir (e lamentar) a sua ausência nos torneios. Fazendo uso da frontalidade que penso ter, questionei directamente o Presidente da Associação de Futebol de Viseu que me informou que tal situação iria mudar muito em breve. E felizmente mudou. O Carlos Lopes começou a acompanhar-nos aos torneios, onde conseguiu expandir a sua imagem e amizade perante todas as outras Associações de Futebol e no seio da própria Federação Portuguesa de Futebol. Logo no primeiro ano no Torneio Lopes da Silva, granjeou entre os dinossauros da FPF o respeito e a admiração.
Ao longo dos quatro anos em que colaborei com a AF Viseu, nos torneios onde estive com o Carlos, partilhamos quase sempre o mesmo quarto de hotel, residencial ou mesmo nos “bangalows” da Pousada de Oeiras. Foi, sem nenhuma dúvida, a pessoa com quem mais empatia houve (a par de José Carramanho que irá também ser alvo de uma homenagem neste blog) de entre todas aquelas com quem lidei no futebol.
Recordo com saudade algumas das suas frases típicas. Quando chegavam aos treinos dirigentes de clubes, logo se ouvia a voz do Carlos a dizer: “Chegou o Presidente da República de Cinfães, de Lamego, de Castro Daire, etc”. Outra das suas frases mais marcantes era quando se procedia à recolha do material e era questionado qual a quantidade das bolas, respondia a preceito: “É uma dúzia de quinze”. Logo havia um atleta que lhe dizia: “Mas uma dúzia é doze”. Então Carlos Lopes ensinava-lhes a sua matemática: “Aqui em Viseu, uma dúzia tem quinze. A semana passada, eram dez, mas hoje são quinze”.
Tínhamos e temos muitas opiniões em comum: Nos torneios a primeira prioridade era para com os atletas. Depois vinham os outros. Apenas a paixão clubista nos separa: Nesse aspecto cada um de nós vibra por uma cor diferente.
Ao Carlos Lopes, resta-me agradecer, todos os ensinamentos que me transmitiu e a amizade que permanece e permanecerá.

Friday, May 25, 2007

CAMADAS JOVENS (De novo e sempre)



Como é possível ambicionar-mos que israelitas e palestinos vivam em paz? Não será utopia sonhar com a pacificação do médio oriente e o final dos conflitos na América Latina?
Digo isto, porque no mundo do futebol, dentro de uma nação una e independente, tantas guerras se instalam e se criam. Será que é só devido ao fanatismo exacerbado ou facciosismo de uma série de adeptos, defendendo as suas cores clubisticas, com maior “paixão” e “fervor”, do que os cavaleiros da idade média defendiam as suas damas? Ou serão daqueles que orbitam em volta do futebol, onde “investem” uns cêntimos e esperam obter um lucro fácil, rápido e sem impostos de milhões?
Muitas vezes, aqueles que produzem o espectáculo (jogadores, treinadores e árbitros) são os que menos usufruem dessas imensas verbas que abundam no nosso futebol.
Ao nível distrital vemos colectividades subsidio-dependentes, que inscrevem camadas jovens, não lhes proporcionando no entanto as mais básicas condições de trabalho, nomeadamente no que concerne à presença de técnicos credenciados (treinadores), preparadores físicos (professores licenciados em educação física) e alguém ligado à àrea da saúde (lá estou eu novamente a falar neste assunto).
Em alguns clubes, aos mais jovens é disponibilizado apenas “um cantinho” do campo para treinos, umas bolas velhas e gastas que os séniores já não querem, pois os subsídios ofertados pela autarquia são uma “gota de água” no imenso oceano que é o pagamento aos amadores que jogam na equipa sénior.
Aos jovens, muitas vezes não é ofertada uma simples sandes e um sumo, no final de cada jogo, enquanto “os amadores seniores” almoçam e/ou jantam por conta do clube.
Aos jovens é muitas vezes “disponibilizado” um ex-atleta ou um director, sem curso de treinador, sem formação nem informação sobre metedologia de treinos, preparação física que, cheio de boas intenções, lá vai treinando e dando as tácticas de jogo. Porém, como sabiamente diz o nosso povo, de boas intenções... porque dar a táctica para o jogo, qualquer um dá. O pior que pode acontecer, é a derrota da equipa. Agora treinar, sem os mínimos conhecimentos de preparação física (aquecimento, resistência, força, alongamentos, etc.), já não é tão fácil.
Em alguns clubes, a verba investida com um só atleta sénior (inscrição, vencimentos, equipamentos, transporte e alimentação) daria para manter em competição uma equipa jovem na distrital de Viseu.
Quase todos os anos, ao consultar-mos os comunicados oficiais da Associação de Futebol de Viseu, deparamo-nos com uma situação que se não fosse triste e surreal seria certamente motivo para o anedotário nacional. Quase todos os anos, deparamo-nos com clubes que inscrevem escalões jovens para depois “desistirem”, submetendo-se à punição pecuniária e disciplinar da Associação de Futebol de Viseu, deixando algumas vezes os miúdos na expectativa de poderem praticar o seu desporto favorito, para em seguida se desiludirem. Após a suspensão decretada associativamente, lá estarão eles na primeira linha para voltarem a repetir a “gracinha”. Até já houve clubes que se inscreveram em todos escalões, para depois competirem em... nenhum. Assim, não é possível.
Já é tempo, das autarquias e os nossos políticos, criarem condições para “fiscalizarem” o uso do dinheiro dos contribuintes atribuído sob a forma de subsídios aos clubes do seu Concelho. Não seria mais correcto, os autarcas responsáveis pelo pelouro do desporto, conjuntamente com a sua equipa de trabalho, atribuírem subsídios diferenciados para aquelas colectividades que “investem” em condições humanas e materiais para os atletas em detrimento de mais ou menos chorudos vencimentos atribuídos a “amadores”?
E ainda há aqueles dirigentes que nunca investiram um cêntimo na formação (sendo esta mantida pelos pais e pelos próprios atletas), vendo apenas os escalões como um mal necessário que, quando um jovem tenta a transferência para outro clube, onde os seus sonhos e ambições possam ter futuro e as condições de trabalho sejam boas (ainda que não as ideais), recusam a simples dispensa do atleta (mesmo que dele não precisem), prescindindo das taxas de compensação ou nos casos de atletas pertencentes a escalões inferiores aos juvenis, recusando mesmo a cedência, cortando assim “as pernas” aos atletas.
Esta taxa de compensação, visa compensar o clube do investimento feito no atleta.
Mas nesses clubes, que investimentos foram efectuados com o atleta? E será que a verba em causa irá ser usada para investir nas camadas jovens ou, para pagar mais um salário aos séniores “amadores”?
Depois venham-me falar em formação. Felizmente existem excepções à regra. Para esses, os meus parabéns.

Wednesday, May 23, 2007

CRIOTERAPIA

Crioterapia s. f. (fr. cryothérapie; ing. cryotherapy). Emprego terapêutico das baixas temperaturas, sob a forma de duches ou de banhos frios, de aplicações locais de gelo, de neve carbónica ou de cloreto de etilo.

Todos nós já vimos em jogos de futebol a aplicação de cloreto de etilo, nas regiões lesionadas. O seu eficaz efeito, faz com que muitas vezes se chame a este tipo de sprays de mágico.
A crioterapia é uma das principais técnicas utilizadas na traumatologia desportiva, sendo também entre todas, a mais económica e a de mais fácil acesso.
Como todas as terapias aplicadas na medicina desportiva, também a crioterapia tem indicações e contra-indicações.
Os efeitos fisiológicos associados ao uso da crioterapia são:
a) Anastesia;
b) Redução da dor (efeito de analgesia);
c) Redução do espasmo muscular;
d) Estimulo do relaxamento;
e) Facilita a mobilização precoce;
f) Melhora a amplitude de movimento;
g) Estimula a rigidez articular;
h) Redução do metabolismo;
i) Redução da inflamação;
j) Redução da circulação;
k) Redução do edema; e,
l) Quebra do ciclo dor-espasmo-dor.

Como contra-indicações podemos apontar entre outras as seguintes situações:
a) Queimaduras;
b) Gangrena;
c) Resfriados, etc.

Técnicas de tratamento

Bolsas frias

Este tipo de bolsas podem ser compradas por um preço bastante baixo e são reutilizáveis. Normalmente são fabricadas com um fel de sílica e existem diversos tamanhos e formas. A temperatura de armazenamento deverá ser de aproximadamente de -5ºC e ser colocada no frigorífico pelo menos duas horas antes. Por uma questão de assepsia deve-se colocar um pano entre a bolsa e a zona lesionada. Este pano não deverá ser muito espesso para que o frio possa passar. Este princípio aplica-se a todas as técnicas onde se utilize um pano.

Compressas frias

Geralmente usadas em casa, quando ocorrem pequenos traumatismos (nomeadamente com crianças), consiste no molhar de uma toalha em água fria ou na colocação de gelo moído dentro de uma toalha.
Este é um método pouco eficaz, devendo ser aplicado durante um período de tempo, não inferior a 5 minutos.

Massagem com gelo

Ao contrário do que muita gente (quase todos os agentes desportivos) afirma, o gelo pode ser aplicado directamente. Directamente sim, fixo não. O gelo directo tem de ser aplicado sobre a forma de massagem. Por norma é extremamente eficaz em zonas como a região tíbio-társica, o joelho e as articulações do membro superior. A massagem deve ser efectuada sempre no sentido da circulação de retorno ou seja em direcção ao coração.

Banho de imersão

Eis uma das técnicas mais eficazes e menos aplicadas no desporto nos nossos dias. Ainda há uns tempos li um texto que falava na tri-atleta (ou super atleta) Vanessa Fernandes que lamentando-se da falta de apoios que existe no desporto (futebol à parte), quando compete no estrangeiro, não se pode dar ao luxo de levar um massagista. Então, finda a prova (e já com a medalha de ouro ao peito), entra numa banheira de água e gelo para evitar as micro-rupturas tão comuns no triatlo. Eu próprio testei esta técnica (com enorme sacrifício inicial para os atletas, principalmente os brasileiros – e aqui lhes presto a minha homenagem), com excelentes resultados. Ao longo de toda a época não tive uma lesão muscular que não fosse por traumatismo directo ou indirecto.

Monday, May 21, 2007

O DIREITO À INDIGAÇÃO - FINAL

Estou de volta à publicação dos meus artigos neste nosso blog. Estive durante duas semanas ausente, naquilo que chamei um periodo de luto (ou periodo de nojo como também se diz). O que morreu foi a minha ingenuidade. Calou bem fundo no meu coração as dezenas de mensagens que recebi (pessoalmente, por telefone e por mensagens SMS). Algumas das mensagens que recebi neste blog não foram publicadas devido ao teor das mesmas. Compreendo a indignação dos meus amigos mas, não me posso permitir publicar obsenidades. A todos agradeço do fundo do meu coração.
Na próxima época não sei se estarei a colaborar com alguma equipa como massagista. Sondagens já houve mas...
Uma coisa é certa. Enquanto me for possível, manterei activo este blog. Dá-me prazer escrever e ver o feed-back da parte dos meus leitores.

A MINHA HOMENAGEM - 9


Rogério Rebelo

Nome completo: Rogério Carlos Dias Faria Rebelo

Colectividades onde colaboramos: Clube de Futebol "Os Repesenses"

Tive o privilégio de trabalhar com o Rogério Rebelo, no Clube de Futebol “Os Repesenses”, onde me foi dado a conhecer o Homem que existe por detrás do grande jogador que já fora e do treinador que já é.
Foi gratificante em vários sentidos. Ver um dos expoentes máximos daquele clube voltar à casa mãe, para transmitir os seus conhecimentos aos mais jovens e a empatia entre atletas e treinadores é digno de registo e elogio.
Para ele, o melhor jogador (entre aqueles que eram convocados e aqueles que jogavam), não era o que melhor jogava mas sim aquele que mais trabalhava.
Numa determinada equipa, causou estranheza oferecer a titularidade a um jogador, quando no banco estava sentado outro tecnicamente superior.
Quando questionado por um adepto sobre qual o motivo desta opção, respondeu que o primeiro merecia a titularidade pois havia prescindido das férias enquanto o 2º havia falhado toda a penúltima semana de treinos por ter ido acampar com uns amigos.
Quem com ele trabalhou, sabe que nenhum jogador tem a titularidade como certa.
Resultado? Pode não ter ganho campeonatos mas, tornou mais vincada a personalidade dos atletas com quem trabalhou. Aprendendo com os erros do passado, ajudou e ajuda a moldar o Homem que há antes de qualquer atleta.
Esta última época, aceitou de bom grado a comando da equipa B dos Infantis, não se incomodando com o facto da equipa ser a B, a A ou a C, mesmo tendo consciência de que o seu curriculum merecia bem mais.
Obrigado “Mister” Rebelo por me honrares com a tua amizade.

Saturday, May 05, 2007

O DIREITO À INDIGNAÇÃO

“Mais vale a lágrima de uma derrota, que a vergonha de não ter lutado”

Desde o passado dia 16 de Março de 2007, que calo em meu peito, uma imensa revolta e indignação que o tempo não ajudou a minorar. Neste momento pondero abandonar o massagismo desportivo. Dificilmente tomarei outra decisão que não seja a de me separar de uma amante fogosa que se chama desporto na sua vertente da saúde.

Passado

Tenho uma ainda curta carreira como massagista desportivo (onze anos) mas, estou ligado ao desporto há mais de 3 décadas. Primeiro como atleta de rugby, depois no apoio como socorrista da Cruz Vermelha Portuguesa e desde 1996, como massagista. Nesta última função passei por quatro modalidades: Rugby, Andebol, Futebol e Futsal. Pelas minhas “mãos” passaram nestas últimas décadas, alguns dos melhores jogadores que as terras de Viriato viu nascer.
Colaborei, entre outras, com colectividades como o Rugby Clube de Tondela, a Associação de Trabalhadores da Câmara Municipal de Tondela (secção de andebol), Clube Atlético de Molelos, Clube Cruz Maltina Lobanense. Grupo Desportivo de Canas de Santa Maria, Clube de Futebol “Os Repesenses”, Associação de Futebol de Viseu e finalmente o Viseu Futsal 2001.
Com a maioria das colectividades, colaborei a título gracioso, muitas vezes com o sacrifício da minha vida profissional e pessoal. Nas duas colectividades onde permaneci mais tempo (Clube de Futebol “Os Repesenses” – 6 anos e Associação de Futebol de Viseu – 4 anos) não auferi um só cêntimo.
Nos seis anos em que colaborei com o Repesenses, coleccionei 9 títulos distritais: 2 em juniores, 2 em juvenis, 2 em iniciados, 2 em infantis e um em escolas (onde tive como atleta o meu próprio filho) e ainda colaborei na subida de divisão do G.D. Canas Stª Maria à 2ª Distrital..
Sempre pautei a minha vida por princípios como a verdade, a honestidade, a humildade, a educação e tantos outros que hoje tento incutir nos meus filhos.
Apenas fui “expulso” uma vez do terreno de jogo. No final desse jogo, o árbitro apercebendo-se do erro que havia cometido, nada escreveu no relatório, tendo-me pedido desculpa pelo sucedido que obviamente aceitei, pese embora o facto de já ninguém me desfazer o nó no “estômago”.
Recordo uma outra situação em que, apenas eu, não fui expulso do banco de suplentes. No final desse jogo, contra a vontade do “meu” treinador e delegado ao jogo que continuavam com impropérios dirigidos ao árbitro do encontro, à sua mãe e esposa, dirigi-me ao senhor árbitro felicitando-o pela arbitragem desejando-lhe as maiores felicidades para a sua carreira. Este depois de elogiar a minha postura, ofereceu-me os cartões vermelho e amarelo que havia usado nesse jogo, dizendo-me: “Já que não foi contemplado durante o jogo com nenhum cartão, ofereço-lhos agora”.
Já lá vão uns anos e ainda os guardo como se de uma relíquia se tratasse.
Quem me conhece e comigo trabalhou, sabe que sou por natureza um pacifista e um pacificador.
Outras das características de que não abdico é a da constante aprendizagem: Gasto “fortunas” na aquisição de livros técnicos de saúde, invisto em jornadas técnicas, troco conhecimentos com outros colegas e todos os dias tento investigar um pouco mais. Na clínica da qual sou sócio tento evoluir de modo a tirar rentabilidade dos meios materiais e dos materiais que tenho ao meu dispor.
Todo o meu passado desportivo, fez nascer em mim o sonho de terminar a minha carreira com um curriculum disciplinar imaculado, porém…

Dia 11 de Março de 2007 (O dia da infâmia)

No passado dia 11/03/07, todo o sonho se desfez e caiu por terra. A história conta-se em poucas linhas.
Esta época aceitei o convite que me foi endereçado para ser massagista das equipas seniores e de iniciados do Viseu Futsal 2001 (VF01). Até à citada data, tudo correu dentro da normalidade possível. Penso que cumpri a minha parte, assim como o clube cumpriu comigo.
Nesse fatídico dia, os seniores do VF01, foi disputar um jogo a Stª Maria de Lamas contra a equipa local. Num jogo “quente”, com um público ruidoso e numeroso, criando um ambiente muito favorável à equipa da casa (mas é essa a função dos adeptos). O VF01 foi punido com a expulsão de três dos seus atletas e ainda viu ser expulso o seu treinador adjunto, Sr. Prof. Hugo Espírito Santo, com o se pode facilmente constatar pela análise dos extractos aqui publicados do blog oficial do Viseu Futsal 2001 (http://viseufutsal2001.blogspot.com/) e nos sites oficiais dos clubes oponentes (http://www.viseufutsal2001.com/ e http://www.lamasfutsal.com/). Este facto é reconhecido por todos e, segundo creio pois ainda não tive oportunidade de visionar, está gravado em DVD.
Ao consultar o site da Federação Portuguesa de Futebol (http://www.fpf.pt/), para verificar qual o número de jogos que cada um dos três jogadores tinha de cumprir e saber qual a punição atribuída ao Sr. Prof. Hugo Espírito Santo, deparo com o meu nome (ver documento). Nessa hora, o meu coração quase parou e entrei em pânico. A partir daí, o que se passou, levou-me a pedir a “demissão” do clube, a fazer uma exposição para o conselho de disciplina da FPF, para o conselho de arbitragem da Ass. Futebol do Porto (de onde eram oriundos os árbitros) e directamente aos Sr Isidro Vaz e Sr. Joaquim Medeiros (árbitros do encontro), para tentar corrigir um erro e simultaneamente “limpar” o meu nome. Tudo correu mal. Prevaleceu a mentira e deixei de acreditar na honestidade dos homens no futebol. Perdi a minha ingenuidade.
Recebi e continuo a receber ao longo de todo este tempo, inúmeras mensagens de apoio, dando-me força para que continue a lutar em prol da verdade.
Apelei à razão e ao coração dos senhores árbitros. No início de Abril, recebi um agradável telefonema do Sr. Isidro Vaz (a título informativo, o árbitro que expulsou o Sr. Prof. Hugo, foi o Sr. Joaquim Medeiros), cujo teor da conversa não reproduzo por não ter autorização do meu interlocutor e ainda pelo facto de não poder fazer prova da mesma. Este telefonema fez com que eu ficasse a par de todos os factos que conduziram ao aparecimento do meu nome no comunicado do conselho de disciplina da FPF.
Agradeço ao Sr. Isidro Vaz tudo o que fez. Lamento por aquilo que deixou por fazer: Repor a verdade. Neste caso continuou-se a viver na mentira.
Muitos factos em todo este processo. Quando quem podia e devia defender-me me pede para esquecer, quando outro alguém diz que prefere o professor no banco do que o massagista, eu pergunto: Que mundo é este? É este o futebol/futsal que a nossa FPF preconiza e protagoniza? Se é, então peço desculpa pois estou a mais. Quando alguém, depois de reconhecer publicamente a minha inocência, insinua que poderia ter sido eu na realidade o expulso, que fazer?
Não é este o desporto com que sonhei, nem o que desejo. Prefiro retirar-me do que compactuar com a mentira e a hipocrisia.
Só agora, tomo posição pública sobre este assunto, pois o Campeonato Nacional da 3ª Divisão de Futsal e não queria de forma alguma ser acusado de desestabilizar a equipa. Nunca o faria por respeito aos jogadores e adeptos do VF01.

Finalmente

Por fim restam os agradecimentos, as desculpas e os lamentos.
As desculpas, aos adeptos e aos jogadores do VF01, por não ter terminado a época, tendo-a interrompido de forma tão abrupta. Espero que com este artigo me perdoem e compreendam os meus motivos. Peço ainda desculpa publicamente a todos os jogadores sem excepção, mas em especial a dois. Ao Nuno “Júlio” vindo de uma lesão e intervenção cirúrgica a fazer nesse dia o seu 1º jogo pós-operação e ao Zeca que nesse jogo se lesionou sendo socorrido pelo meu colega da equipa do Oliveirense (a quem humildemente agradeço).
Agradeço profundamente a oportunidade que me foi dada, para conhecer pessoas que o tempo não apagará da minha memória: O Sr. Carlos (carinhosamente tratado pelos jogadores como “Carluska”), os treinadores Mozart Gomes, José Augusto, Prof. Francisco Batista, Prof. Hugo Espírito Santo e Profª Paula Rego; Os atletas Celso, Geyson, Cadima, Hugo, Diego (depois campeão distrital pelo Balsa) Ferreirinha, Ciro, “Risadas”, Gaza, Rui Dias, Paulo Bastos, Emanuel, Filipe, Cristian, Welter, Padilha, Mateus, Nuno “Júlio”, Zeca, Rike e Victor Pais.
Finalmente agradeço a solidariedade do Sr. Presidente do Lamas Futsal A.D.. Grande dignidade de Homem com H grande.
O meu lamento é que em todo este processo fui vítima de um “crime” que não cometi. Fui ainda vítima da negligência (numa fase inicial) e da cobardia (já numa segunda fase) por parte de uns e da má fé, hipocrisia e quiçá premeditação por parte de outros.
Dificilmente voltarei a ser massagista desportivo. Tenho medo de voltar a pensar com mais com o coração do que com a cabeça.
Não é, nem nunca foi, o dinheiro que me move. Durante o tempo em que servi a AFViseu, segundo informações que recolhi, fui o único massagista ao serviço de uma Associação de Futebol, a custo zero. Se é verdade, não me arrependo: Orgulho-me.
Hoje digo um adeus ou, um até breve. Com todo este processo, perdi a minha inocência. Não quero embarcar às cegas. Uma coisa é certa: Jamais recusarei colaboração com os atletas que em mim confiarem e que dos meus préstimos necessitarem.
Por fim, algumas situações caricatas (algumas podem ser vistas nos documentos):
Faço um exposição à FPF. Ao longo do tempo essa exposição passa a ter o carácter de reclamação, sem que eu tenha alterado o teor da mesma;
Sou convidado a reformular o pedido dando-lhe a forma de Recurso de Revisão (pagando 14,40€) ou de Recurso de Anulação (pagando 144,00€). Caso não o fizesse no prazo de 5 dias úteis, a expediente seria arquivado;
Como, perante os factos não fiz nada, o processo foi arquivado
Assim, evitei pagar 14,40 € ou 144,00€. Em 24/04/07, informam-me que o expediente foi arquivado e que tenho de pagar de custas (ver doc.) do incidente o valor de ¼ de U.C.(???);
Em 03/05/2005 sou novamente notificado (ver doc) para pagar o valor das custas que importa a 33,44€. Já fiz seguir via CTT esse valor. Faz-me falta mas…
Quando foi publicado o comunicado da FPF (16/03/07) sou “punido” por deliberações tomadas a 12/03/07 e a 19/03/2007 (ou seja três dias apósos a colocação do comunicado na net.
Com tudo isto, além de ter perdido alguma ingenuidade, mas fique com a certeza de que não voltarei a trabalhar com certas pessoas. Obrigado a todos vós que me apoiaram e apoiarem. O vosso gesto calou bem fundo no meu coração.

João Carlos Matos do Vale
Massagista

Tuesday, May 01, 2007

FRACTURAS (2ª parte)

Conhecidas que são as causas das facturas, há que saber quais os sinais, sintomas e diagnóstico, bem como o primeiro socorro a aplicar nestes casos. Se no caso das fracturas expostas é lógico verificar a existência da referida fractura, no caso das fracturas não expostas, só o conhecimento do socorrista poderá “diagnosticá-la”. Existem fracturas que até as mãos experientes de um socorrista, não conseguem detectar.
Seja como for, há uma regra de ouro a cumprir: Em caso de dúvida, agir sempre como se de uma fractura se tratasse;
Aqui, deve o socorrista/massagista ser perseverante e não permitir a retirada a qualquer custo do atleta do recinto do jogo.
PRIMEIRO O HOMEM, DEPOIS O ATLETA E NO FIM DE TUDO O JOGO E O RESULTADO.

Sinais e sintomas

Embora seja variada a sintomatologia nos episódios de fracturas citam-se a título de exemplo os seguintes:
- Equimose e hematoma (que aumentam com o correr do tempo) na zona da fractura;
- Aumento da dor e hipersensibilidade na zona da fractura, causados pelo movimento do membro ou zona lesionada;- Deformidade e anormal mobilidade do osso fracturado;
- Impotência funcional;
- Crepitação óssea, no caso de existência de esquírolas (pedaços de osso). A sensação que se tem ao fazer a palpação a uma zona onde existam esquírolas é a de mexer num saco cheio de pequenos seixos.

Tratamento:

Imobilizar o membro fracturado, recorrendo ao uso de talas;
No caso de fracturas expostas, deve-se fazer a cobertura da ferida, e NUNCA tentar recolocar o osso no interior do corpo.
No caso de membros fracturados, deve o socorrista imobilizar o mesmo, respeitando a actual forma do membro. Não deve tentar repor o membro “no seu sítio”, nem tentar efectuar a redução da fractura (acto estritamente médico)

A imobilização deve ser efectuada com talas radiotranslucidas (não visíveis ao raio X), uma vez que assim evitam que após a chegada do sinistrado ao hospital não se perca um precioso tempo (já para não falar no desgaste físico e psicológico da vítima) para retirar um tipo de talas e aplicar um outro mais adequado.

Por fim, fica o meu reparo à maioria dos massagistas (e contra mim falo), dos clubes desportivos e das autarquias. Em toda e qualquer banal mala de 1ºs socorros, deve constar um simples conjunto de talas. Estas podem ser feitas com simples ripas de madeira e forradas com uma ligadura de cambric (ligadura de gaze). O investimento num conjunto completo de talas (braço, pé, perna e fémur) é irrisório.
No caso das fracturas mais complexas (não abortadas neste artigo mas alvo de posterior comentário), um simples plano rígido pode fazer a diferença entre o futuro de um ser humano praticante de desporto ou um ser humano confinado a uma cadeira de rodas (ou mesmo uma cama de hospital) e candidato aos Jogos Para-olimpicos.
O dinheiro gasto na prevenção é um investimento seguro no futuro.