Friday, June 29, 2007

BLOGOSFERA: Blogs, bloguistas e comentaristas.



Desde miúdo, sempre fui fascinado pelas novas tecnologias. Nasci no auge da exploração espacial e cresci a ouvir e a ler maravilhado os feitos das naves Gemini, Apolo, Soyus, entre outras. Nos finais dos saudosos idos anos 70, ficava colado ao ecran da velha TV monocromática a ver aquela que para mim (e se calhar para muitos dos que já entraram na ternura dos quarenta) a melhor série de sempre de ficção cientifica: Espaço 1999.
No entanto a Terra no seu constante girar afastou-me dos meus sonhos de criança mas, deixou em mim o fascínio pelas ciências e pela tecnologia.
Ainda jovem, comecei a dedicar-me ao estudo e à compreensão do Ser Humano. Com apenas 11 anos fiz a minha primeira emergência como socorrista indo de ambulância (conduzida por outra pessoa como é óbvio) socorrer uma vítima.
Desde essa altura, não mais parei. Bombeiros (embora “sem farda”), Cruz Vermelha Portuguesa, Protecção Civil, instrutor e formador de socorristas, massagista e agora “bloguista” na área da saúde.
Durante anos, quis partilhar com “o mundo” os meus parcos conhecimentos nesta área, tentando estimular nos leitores o gosto pelos temas relacionados com a saúde, como o socorrismo e a traumatologia desportiva.
O aparecimento dos blogs e a sua fácil utilização abriu-me a porta para este novo mundo. De início amigos meus, profundos conhecedores do universo da Internet, deram-me sábios conselhos e alertaram-me para os “perigos” dos blogs que às vezes transformam um blog interessante num local de “pixeirada”, lavar de roupa suja onde o vernáculo é rei e senhor.
Com pouca experiência, arrisquei em criar um blog onde além de emitir a minha opinião, numa área que gosto e que está muito pouco divulgada, faço também uma singela, humilde mas justa homenagem a atletas, dirigentes, árbitros e técnicos com quem trabalhei e que o tempo não fez esquecer a nossa amizade.
Em apenas meio ano, este blog recebeu visitas e comentários de pessoas oriundas dos mais diversos quadrantes profissionais e mesmo de origens regionais bem distintas.
Temos leitores residentes na pérola do Atlântico, a belíssima Ilha da Madeira, na Bélgica, Alemanha e até no Brasil.
Optei por fazer uma triagem aos comentários por forma a que leitores bem intencionados fossem confrontados com aqueles que nada têm para fazer e então entretêm-se a denegrir a imagem dos outros.
Quando entendo colocar um comentário num blog (o que faço com frequência), expresso a minha opinião e “assino”. Não me escondo atrás do anonimato só com o objectivo de ofender alguém. Mesmo sabendo dos “podres” de algum agente desportivo, não venho para a praça pública lançar suspeitas ou fazer acusações debaixo de pseudónimos como é o caso de alguns energúmenos que só sabem falar mal de tudo e de todos.
Sempre o disse e repito, se não concordar com uma opinião, expresso a minha. Caso contrário, como diria o meu saudoso professor de filosofia: “Mantenho-me na douta ignorância dos meus dias”.
É muito fácil vir para a praça pública, a coberto do anonimato, ofender pessoas e instituições. Também eu já fui vítima das atoardas de “snipers”. No entanto como disse Platão, as ofensas são como as oferendas. Se o destinatário não aceitar uma oferenda, esta é devolvida ao ofertante. Por isso também eu não aceito estas oferendas (ofensas).

Wednesday, June 27, 2007

DESPORTO NO FEMININO (2ª Parte)

Ciclo Menstrual

Não havendo evidências científicas de que o ciclo menstrual influencie os resultados desportivos, é certo que afecta os desempenhos das atletas. Durante treinos muito intensos a menstruação pode tornar-se inconstante e até desaparecer. Esta peculiar situação, não acarreta consigo nenhum problema, e logo que terminem os treinos rigorosos, o ciclo menstrual retoma a normalidade.
A amenorreia (ausência de período), pode ser vantajoso para atletas que sofram de depressão e/ou de cansaço, de problemas de irritação antes do período (síndrome pré-menstrual) ou de dores menstruais (dismenorreia).
O desporto e o exercício físico podem contribuir para o minorar dos problemas relacionados com o ciclo menstrual.

A pílula contraceptiva

É pacificamente aceite o uso da pílula contraceptiva nas desportistas, seja para evitar uma gravidez indesejada que lhe iria interromper a carreira desportiva, impossibilitando-a por exemplo de estar presente numa competição para a qual se preparou durante anos, ou ainda, para reduzir as dores provocadas pelo período, pelo síndrome pré-menstrual ou ainda para que o referido ciclo seja completa e absolutamente previsível.
No entanto, uma das desvantagens da toma da pílula, é o aumento da retenção de líquidos, podendo isto causar desvantagens no campo desportivo.
A mulher que tomar a decisão de iniciar (ou reiniciar) a toma da pílula, deve-o fazer antes do início das competições, sendo que muitas das atletas de top as tomam sem prejuízo das suas performances.
Em todo o caso, a pílula só deve ser tomada por prescrição e com acompanhamento médico, devendo a sua toma ser registada, pelo departamento médico, na ficha clínica individual da atleta.

Anemia

Devido a uma alimentação pobre em ferro, muitas vezes por questões estéticas (para manterem “a linha”), e devido à perda de sangue, durante o período menstrual, são normais episódios de anemia em mulheres, nomeadamente em mulheres atletas e em modelos.
Podemos suspeitar de anemia ao detectarmos sintomas de fadiga (onde antes não existia), resultados inferiores a nível desportivo, dispneia e muitas vezes períodos menstruais mais prolongados no tempo.
Embora este problema seja facilmente debelado com o recurso a suplementos de ferro, deve sempre recorrer-se a exames complementares de sangue e acompanhamento médico.

Monday, June 25, 2007

A MINHA HOMENAGEM - 14


Nome completo: Joel José Alves Rodrigues
Data de nascimento: 13-12-1986

Colectividade onde colaboramos: Viseu Futsal 2001

ZECA

O Zeca é certamente, um dos mais talentosos jogadores de futsal com quem tive o privilégio de trabalhar e é com toda a certeza o mais azarado de todos.
Tendo trabalhado apenas uma época, ainda que incompleta, com o Zeca, quando este abraçou uma aventura na cidade de Viriato após anos a jogar na bela cidade dos Estudantes e na mítica Académica de Coimbra. Inicialmente tive a impressão de que iria ter dificuldades em lidar com ele.
Todos nós ao conhecermos uma pessoa criamos uma imagem do seu perfil psicológico e comportamental. Confesso que a imagem que criei do Zeca não foi a melhor. No entanto essa imagem foi alterada num curto espaço de tempo e é hoje tal que, fez com que o Zeca fosse o primeiro dos homenageados da minha última formação.
No entanto o Zeca é o jogador mais azarado com quem trabalhei. Teve ao longo da época três lesões, todas elas de origem traumática.
Das três, partilharei convosco apenas duas. Uma ao sofrer num treino, um violento pontapé na cara que lhe partiu a placa dentária (que tinha devido a uma outra lesão provocada da mesma forma) e uma outra que ocorreu no jogo contra o Oliveirense, no dia em que me demiti das minhas funções. Esta lesão foi para mim muito traumatizante pois soube mais tarde da sua gravidade e ainda hoje me penitencio por não o poder ter ajudado. Sei que foi superiormente socorrido pelo meu colega da equipa do Oliveirense, o que agradeço.
Outra das características do seu azarado percurso, ocorreu com as arbitragens. Jogador correcto e educado era o sub-capitão de equipa o que de nada lhe valeu para levar dois cartões vermelhos de forma no mínimo caricata. Um por ter dito simplesmente: “É canto!”. Pode parecer ridículo, mas é a mais pura das verdades. O segundo vermelho que viu de forma absurda (este por acumulação de amarelos), deveu-se ao Sr. Árbitro ter considerado simulação, uma violenta falta que ele havia sofrido. Esta falta provocou-lhe um traumatismo na região tíbio-társica.
Espero que o azar tenha passado e que prossiga a sua carreira ascensional já que tem qualidades para jogar a um nível bem mais alto do que aquele que agora joga.
Boa sorte Zeca. Tu mereces.

Friday, June 22, 2007

OS ABUTRES






Porque tentaste subir
Tão alto, mulher vaidosa
Quem sobe assim vai cair
Na lama mais vergonhosa.

António Aleixo


Sou um dos milhões de fãs que em todo o mundo apreciam a obra literária do escritor brasileiro Paulo Coelho. Numa das suas últimas obras, intitulada onze minutos, Paulo Coelho retrata com a fidelidade e a qualidade que lhe é internacionalmente reconhecida o abominável e interminável tráfico de carne humana.
Com a ilusão de um mundo melhor, iludem-se as pessoas necessitadas que empenham tudo o que têm e muito do que não têm e partem em busca do “El dourado” que lhes foi prometido por gente sem escrúpulos. Chegados ao destino, são confrontadas com uma outra atroz realidade. Longe de casa e dos seus, ficam à mercê desta corja de abutres que lhes comem a carne, os ossos e os exploram até às últimas consequências.
No mundo do futebol, vemos todos os dias jogadores reclamarem ordenados em atraso e outros incumprimentos por parte dos clubes. Já vimos clubes com historiais ricamente brilhantes desaparecerem como se das entranhas da terra se tivesse aberto um buraco que os engolisse, para nunca mais serem vistos. Clubes como o Salgueiros, o Campomaiorense e o “nosso” Académico de Viseu, são alguns dos mais célebres e tristes exemplos.


E o que é que acontece às partes envolvidas, na maioria dos casos? O clube, desaparece. Os jogadores, não podem pedir as verbas em falta a um clube que não existe. E os dirigentes? Na maioria dos casos saem sem problemas. E a culpa, para não variar, morre solteira.
Prender um jogador a um clube, só porque este assinou um compromisso em jogar com esse clube, será correcto? Sim. Um jogador que assina um compromisso deve saber o que está a fazer. Agora, usar de subterfúgios e falsidades para que o jogador assine, isso não. Prometer x e pagar y, só porque o jogador está “preso” ao clube, nem pensar.
Muito menos quando as verbas auferidas pelos atletas podem ser a diferença entre continuar a assumir os compromissos tidos com terceiros ou não. E o que dizer, quando se contratam atletas em situação de residência precária em Portugal e se procede a uma autêntica escravidão, mantendo o atleta ligado ao clube sob ameaça de participação às autoridades competentes.
Soube há uns anos de um trabalhador da construção civil, oriundo de um dos países do Leste da Europa, que era um excelente jogador de futebol. Ainda jovem e com apenas 24 anos, foi inscrito (desconheço de que forma) com a promessa de um subsídio da parte do clube que lhe daria para aumentar o seu depauperado pé-de-meia. Quando se soube da situação de ilegalidade visto não ter o visto de residência/trabalho, logo foi ameaçado de que ou jogaria a custo zero até ao final da época (pelo menos), ou seria efectuada queixa ao SEF (Serviço de Estrangeiros e Fronteiras).
Isto foi no passado, mas acredito que situações como estas continuem a existir infelizmente no presente.
Para que reflictam, deixo uma pergunta no ar. Não será estranho, atletas que foram abusados (desportiva e financeiramente) durante uma época e que disseram “cobras e lagartos” sobre a direcção, renovem contrato com a mesma equipa, dirigida pelos mesmos elementos?
É preciso banir do futebol, pessoas como estas.

Wednesday, June 20, 2007

DESPORTO NO FEMININO (1ª Parte)

Introdução

Cada vez mais, a mulher ocupa o seu lugar no desporto. Mesmo em modalidades tipicamente masculinas, a mulher obtém excelentes desempenhos, sendo mesmo melhor do que os homens em alguns deles. Lembro-me por exemplo no xadrez onde uma jovem xadrezista húngara de seu nome Judite Polgar, derrotou alguns dos grandes mestres do xadrez.
A mulher no desporto tem vantagens e desvantagens, sobre os homens.
Devido à sua anatmo-fisiologia, as mulheres ganham vantagem em algumas modalidades, uma vez que têm uma melhor perda de temperatura, durante os exercícios.
A sua menor estatura, é vantajosa em desportos como o hipismo.
Têm um maior índice de flutuabilidade, o que em provas no meio aquático é uma vantagem.
Têm ainda um melhor mecanismo de metabolização da gordura em provas de resistência como é o caso da maratona e do triatlo.
Mas, também devido à sua constituição específica, perde na “guerra dos sexos”, uma vez que têm maior percentil de gordura em relação aos homens – 25% para 15%.
A maior largura das ancas e o seu baixo centro de gravidade, é também uma desvantagem em certos desportos.
Finalmente e na generalidade, a mulher apresenta uma estrutura, força e massa muscular inferior à dos homens.

Os seios, os genitais e o ventre

Em desportos como as provas de atletismo, nomeadamente a corrida e os saltos, os seios sofrem movimentos repetitivos e violentos, podendo provocar dores.
Os ganchos e grampos dos soutiens, podem provocar arranhões e escoriações. Também o próprio material com que são fabricados muitas vezes, provocam alergias às atletas. A própria fricção do soutien nos mamilos, pode provocar dores e aquilo a que se chama “mamilo-da-corredora” e ainda inflamações e infecções. No caso de haver qualquer escoriação nos seios, estas devem ser de imediato desinfectadas especialmente os que ocorrem à volta dos mamilos.
Existem soutiens específicos para desportistas, com alças que passam à volta do pescoço, evitando assim o deslizamento do soutien e o constante saltitar dos seios. Estes, devem ser fabricados com uma percentagem de algodão, superior a 55%, devendo ainda possuir uma faixa larga por baixo dos seios ou ainda outro qualquer material que evite a sua subida.
Ao nível dos genitais e do aparelho reprodutor feminino, como se sabe, estão “protegidos” pela pelve, pelo que raramente surgem lesões nestes órgãos. Os genitais externos, podem ser lesionados em desportos com a ginástica (queda da trave). Embora dolorosas estas lesões raramente apresentam uma elevada gravidade.
Os rasgos vaginais podem ocorrer em desportos como o esqui, quando a desportista não use o fato adequado à modalidade.

Gravidez

A mulher grávida, não é uma mulher inválida. Não padece de nenhuma doença. Está “apenas” grávida. Ainda há uns meses, vi uma surfista brasileira, vencer uma prova estando com uma gravidez superior a 4 meses. Já houve inclusive, casos de desportistas que ganharam medalhas de ouro nos Jogos Olímpicos e que estavam grávidas.
Durante o 1º terço de gestação, o ventre (e o feto), estão protegidos pela pélvis, sendo que apenas os desportos de contacto devem ser evitados.
De igual modo, os treinos e desportos que envolvem grandes pesos, devem ser evitados durante a gravidez e até mesmo alguns meses após o parto, uma vez que as hormonas da gravidez, produzem laxidão muscular, facilitando por isso o aparecimento de lesões.
Por norma as mulheres desportistas têm partos mais fáceis, sendo menor a incidência de cessarianas em desportistas do que nas outras mulheres.

Monday, June 18, 2007

A MINHA HOMENAGEM - 13


Nome completo: António Hilário Prazeres

Clube onde colaboramos: Clube de Futebol "Os Repesenses"

ANTÓNIO HILÁRIO

Presto hoje a minha homenagem a um grande “carola” do C. F.”Os Repesenses” e uma das pessoas que mais apoiou e apoia o futebol jovem do distrito de Viseu. Todos os atletas gostam dele e respeitam-no. É do tipo de directores que qualquer direcção ambiciona ter. É “pau para toda a colher”. Trabalha por gosto e não corre atrás de louros, títulos. Com ele colaborei durante seis maravilhosos anos e vimos a colectividade a conquistar 9 (nove) títulos distritais, incluindo os inéditos de Infantis (por duas vezes) e de Escolas. Dificilmente voltaremos a trabalhar juntos mas, não podia deixar de prestar uma simples homenagem a um homem que em muito dignificou o futebol. Tenho para com ele uma dívida de gratidão que nem o tempo me permetirá saldar.
Por tudo e pela sua amizade, obrigado bom amigo Hilário.

Sunday, June 17, 2007

PARABÉNS LEILA

Nome completo: Leila Sofia Saldanha Tomaz

Data de Nascimento: 17/06/1991

Clube: Escola Futebol Clube (Molelinhos)

LEILA



Não és do povo, és meu!
Quero-te comigo.
Podes descansar em paz…
Eu não deixo que te separem de mim!

Uma das mais jovens e mais talentosas jogadoras de futebol do distrito de Viseu. O concelho de Mortágua (de onde é originária) está igualmente de parabéns pois, depois de Tânia Almeida, viu nascer a Leila Tomaz.

Com apenas 16 anos feitos hoje, a Leila, já "dá cartas" no Campeonato Nacional de Futebol, não tendo ainda chegado à Selecção Nacional, por ser vítima da interioridade do nosso distrito e da equipa onde joga.

Com uma margem de progressão enormíssima, a Leila será certamente dentro de um par de anos, uma das melhores jogadoras nacionais. Neste momento, não conheço outra de tão tenra idade que passeie tanta classe pelos campos de futebol.

Acima disso é uma boa amiga que partilha comigo um hobie em comum: A poesia. O único lamento que faço/fazemos é não ter(mos) tido o prazer de trabalhar juntos. Quem sabe no futuro.

Friday, June 15, 2007

TREINO DE GUARDA-REDES

Na minha meninice, como todos os meninos também eu fui (e sou) um apaixonado pelo desporto em geral e mais especificamente pelo futebol. Como nunca tive habilidade para jogar com os pés (e também com as mãos), era sempre “empurrado” para a baliza. Ao ser “colocado” nesta posição, aceitei um honroso convite para integrar uma equipa de rugby. Ao aceitar, o meu objectivo era aumentar os meus índices de agressividade para assim poder evoluir como guarda-redes.
Porém o destino, tinha outro futuro traçado para mim. Ser jogador de rugby.
No entanto, o “bichinho” do futebol e da baliza sempre me atraíram e de mim nunca se afastaram.
Em quase todas as equipas por onde passei, sempre colaborei com a preparação física e técnica dos guarda-redes, tendo inclusive muitas vezes ser o responsável pelo aquecimento específico antes do jogo.
Como gosto deste trabalho tive o cuidado de entrar em contacto com pessoas com conhecimentos técnicos nessa área e de ler literatura específica. Infelizmente em Portugal a literatura é escassa pelo que tive de recorrer à literatura Espanhola.
É por isso que eu digo e estou convicto de que treinar um guarda-redes não é o mesmo que treinar um defesa, um médio ou um avançado.
Nos guarda-redes é fundamental o aquecimento dos membros superiores, por exemplo. Na última época assisti ao aquecimento (se assim se possa chamar) de um guarda-redes antes do jogo, numa manhã gelada de Inverno. O guarda-redes em causa, cruzou-se comigo quando se dirigia ao balneário para envergar o equipamento de jogo. Quando tirou as luvas reparei nas mãos cianosadas, fruto do frio extremo e da falta de um aquecimento adequado.
Ter sido guarda-redes, dá tantos conhecimentos para ser treinador de guarda-redes como ter sido jogador o dá para ser treinador. Veja-se o caso de José Mourinho, como jogador foi um futebolista banal, mas é considerado actualmente um dos melhores treinadores do mundo, ou mesmo o caso de Sven Goran Erikson.
A nível distrital, na minha opinião, o melhor treinador de guarda-redes é o Sr. Pinto de Lamego (pai do jovem guarda-redes Lino Pinto, já alvo de uma homenagem neste blog).
Depois de um passado brilhante como atleta, onde conseguiu ser campeão Nacional de juniores, sendo na altura colega de Álvaro Magalhães (ex- Benfica e Selecção Nacional), o Sr. Pinto dedicou-se a trabalhar com guarda-redes. O resultado está à vista no conseguido com o seu próprio filho.
É das tais situações em que se eu fosse dirigente ou treinador de um clube de futebol, tudo faria para que o Sr. Pinto viesse trabalhar com a minha equipa.
Do Sr. Pinto apenas lamento, como pai de um jovem guarda-redes, nunca ter treinado o meu filho.

Thursday, June 14, 2007

ALIMENTAÇÃO




Como é fácil de compreender, é de vital importância, a educação alimentar dos atletas. Ao invés do que no passado se dizia, o atleta não deve comer em quantidade, mas sim, em qualidade.
Assim, a dietologia é mais um dos preciosos auxiliares que estão ao dispor do Departamento Médico, na perseguição dos seus objectivos.
Sabemos ser difícil alterar hábitos alimentares profundamente enraizados e “combater” com as mesmas “armas” outros tipos de alimentação, tão popularizados pelos spots publicitários. Se olhar-mos só para a nossa realidade, temos (entre outros), uma empresa de fast-food e uma marca de cerveja, a serem publicitados por atletas internacionais de futebol.
E que pode fazer, um simples massagista, ao deparar-se com a pergunta de uma criança que o questiona: Se o Nuno Gomes come hamburgers, fuma e joga no Benfica e na Selecção Nacional, porque é que eu não posso fazer o mesmo? Explicar-lhe que o Nuno Gomes (como outros tantos futebolistas) não é um modelo de virtudes e que muito do que faz ou diz é por ser patrocinado (novamente o vil metal) por essa empresa ou marca? Como posso explicar, os malefícios do tabaco, se a grande maioria dos nossos jogadores de futebol são viciados em nicotina?
É através da alimentação que o corpo adquire a energia básica para a vida. A energia adquirida pode ser analisada por vários prismas:


a) Energia de crescimento (usada para elaborar e desenvolver os tecidos);
b) Energia de termoregulação (fundamental para a manutenção de uma temperatura estável do corpo);
c) Energia basal (necessária para a manutenção das funções vitais);
d) Energia dinâmica específica (para o metabolismo alimentar);
e) Energia activa (no desenvolvimento dos trabalhos mentais e físicos).

Alimentação em equipas não profissionais

É prática em muitas equipas dos nossos campeonatos distritais, juntar o plantel para almoçar antes dos jogos dominicais. Outras, juntam-se para jantar, após o confronto. Outros ainda, nada fazem (por acharem desnecessário e/ou por razões económicas).
Das três práticas, julgamos ser a primeira a mais correcta, pois assim é controlada a quantidade/qualidade da alimentação dos atletas e não só. Já me deparei com situações em que atletas com jogos às 15 horas, após uma noite de grande agitação numa discoteca ou bar, deitam-se às cinco horas da manhã ( se não mais tarde), para se levantarem às 13 horas, comerem (juntando o pequeno-almoço com o almoço, numa única refeição) uma tosta mista, partindo em seguida para o jogo. Durante o jogo assiste-se muitas vezes a um espectáculo, digno do programa “Levanta-te e ri”, deixando os espectadores na dúvida, se o bocejar dos atletas (ou pseudo-atletas) é por fome ou devido ao sono.
Havendo possibilidade, sou de opinião que os atletas deveriam almoçar juntos, antes da competição.

Monday, June 11, 2007

A MINHA HOMENAGEM - 12

Nome completo: Francisca Maia Melo Rodrigues Martins
Data de nascimento: 15-06-1986
Colectividades onde colaboramos: Escola Futebol Clube e Associação de Futebol de Viseu



CHICA MAIA

Falar da Francisca Martins (Chica) é falar da melhor central do futebol feminino português da actualidade. Jogadora de forte personalidade, capacidade impar de liderança e dona de um sorriso inimitável. A Chica é uma das pioneiras da 1ª Selecção Distrital de Futebol Feminino. A sua carreira, tem sido de uma ascensão meteórica e com muito ainda para dar ao futebol distrital e nacional. Tive o raro privilégio de com ela trabalhar na Selecção e no Escola Futebol Clube de Molelinhos, onde foi uma das boas amigas que ganhei com o futebol.
A Chica além de ser a central que já referi, é também uma goleadora, já com vários golos marcados ao longo da sua ainda muito curta carreira.
Outra das vertentes encantadoras e menos conhecidos é o facto dela fazer poesia de muito boa qualidade.
A Chica é uma das razões que me levam a ser um adepto incondicional do Escola e ser o seu fã nº 1.

Tuesday, June 05, 2007

As técnicas básicas da massagem (massagem sueca)




Uma massagem firme, pode ser bastante benéfica, não provocando desconforto no massajado, pese embora o facto de haver quem, pense que o repetido e vigoroso esbofetear e esmurrar possa ser doloroso. Na massagem existem técnicas que vão desde as carícias suaves (Effeurage), até ao “esmurrar” (Tapotement), passando pelo amassamento (Pétrissage) e pela fricção.
São quatro as técnicas básicas de massagem, a saber:
1. Effeurage
2. Pétrissage
3. Fricção
4. Tapotement

Effleurage

Esta técnica, é caracterizada por movimentos longos e suaves como se acaríasse-mos o corpo, usando a palma da mão para zonas mais alongadas e os dedos para zonas de reduzidas dimensões.
Por norma, esta técnica é usada para espalhar uniformemente o óleo pelo corpo (ou zona a massajar).
Usada para iniciar a massagem, suaviza as terminações nervosas e é o primeiro contacto entre o massagista e o massajado, é usada igualmente na fase final da massagem para acalmar os músculos, após a aplicação de outras técnicas.
O effleurage é usado como passagem entre duas técnicas mais activas (pretissage e tapotement), não só para acalmar os músculos, como também para relaxamento do massagista.
É a técnica fundamental para a “ligação afectiva” entre os intervenientes. Caso surjam dúvidas, sobre qual a técnica a ser aplicada em seguida, o effleurage é o elo de ligação.
A pressão a aplicar pelo massagista deve ser suave no sentido contrário à circulação e com uma maior pressão no sentido de retorno.
Quanto mais afastado estiver o coração da zona massajada, maior deve ser a pressão aplicada.
As mãos devem estar em permanente contacto
com o corpo, ainda que alternadamente.

Pétrissage

Esta técnica envolve várias maneiras de amassamento, rolando a pele entre os dedos e puxando pele e músculos.
Assim, são as estruturas fortalecida, sendo-lhes dada a firmeza, através do estimulo das mais profundas camadas de tecido, majorando o fornecimento de sangue à área. O fluxo de linfa é igualmente melhorado.
O amassamento dos músculos, muito semelhante ao amassar do pão, trabalha-se por norma, num só músculo ou grupo muscular de cada vez.
Ao aplicar-mos um amassamento ligeiro, são agarradas as camadas superiores do músculo, ao passo que se efectuar-mos um amassamento mais firme são “atingidas” as camadas mais profundas dos músculos. Assim, são aliviados os músculos tensos, descongestionando tecidos, ajudando ainda a eliminação de todas as toxinas.

Fricção


Na fricção, também chamada de massagem do tecido conjuntivo, é usado um movimento rotativo e penetrante.
É feita uma aplicação directa num local específico, usando polegares, pontas ou nós dos dedos.
Esta técnica deve ser aplicada em zonas onde se verifique retesamento e espasmos musculares nas costas.

Tapotement

Também conhecida como percussão, esta técnica é rápida e estimulante. Pode incluir ventosas (mão em forma de concha), golpear, esmurrar (socar) que, embora dando o aspecto de técnicas dolorosas, devem ser aplicadas sem algias, nem causando equimoses.
Deve ter-se em atenção, para não aplicar esta técnica em zonas onde os músculos sejam de reduzida espessura.
Devem ser aplicados “golpes” rápidos, precisos e ritmados. A empatia entre massagista e massajado é fundamental, devendo o massajado ser indagado sobre a agradibilidade ou não da técnica usada.
É a técnica aconselhada para tonificar e fortalecer a pele, nomeadamente em zonas propensas à celulite, como sejam coxas e nádegas.
Pode ser aplicada, usando as costas da mão ou as mãos em forma de gume, com pancadas rápidas e alternadas.

Cuidados a ter

- Não massajar sobre a coluna (trabalhar separadamente cada um dos lados da coluna vertebral é o mais correcto).
A massagem deve ser evitada nos seguintes casos:
- Doença cardíaca;
- Hipertensão;
- Infecção bacteriana ou viral;
- Nausea ou dor abdominal;
- Febre;
- Feridas expostas ou infecção de pele;
- Cancro;
- Recuperação pós-operatória;
- Osteoporose.

Massagem completa/sequência

A sequência completa para uma massagem completa deve começar pela zona anterior do corpo pela seguinte ordem: Pernas – pés e tornozelos – braços e mão – peito, ombros e pescoço – rosto – abdómem e cintura. Depois, dever-se-á em complemento ser massajada a parte posterior do corpo: Pernas e nádegas – costas e ombros.

Monday, June 04, 2007

A MINHA HOMENAGEM - 11



Vitor Cabido

Nome completo: Vitor Miguel Costa Cabido
Data de nascimento: 23-03-1988
Colectividades onde colaboramos: Clube Futebol Repesenses e Associação de Futebol de Viseu

Presto hoje a minha homenagem a um jogador muito acima da média. Trabalhei com ele durante cinco maravilhosos anos quer no Clube de Futebol “Os Repesenses” (CFR) quer nas selecções distritais da Associação de Futebol de Viseu.
Quando chegou ao CFR, após ter disputado um campeonato distrital de iniciados ainda com idade de infantil, a equipa repesense encontrava-se a disputar o campeonato Nacional , visto ter sido campeão distrital no ano anterior.
Costumo dizer que nas camadas jovens, o 1º ano é o da aprendizagem e o 2º ano é o da confirmação. O Cabido (à semelhança de Carlitos de quem falarei dentro de algumas semanas) fez com que essa minha teoria caísse por terra, ao impor-se com uma capacidade incrível como titular dessa equipa, pese embora o facto de ser um dos mais novos atletas do plantel.
Nesse mesmo ano, chegou à selecção distrital, onde se estreou (curiosamente no mesmo dia que eu próprio), passeando também por ai toda a sua classe.
Fora de campo é um dos jogadores mais educados, correctos e humildes com quem tive o prazer de trabalhar.
Agora que inicia a sua carreira como sénior, estou em crer que a glória o irá acompanhar, pela sua classe mas sobretudo pela sua honestidade.
Como massagista posso afirmá-lo com convicção que o Cabido é dos jogadores que mais trabalha durante os treinos, limitando o nosso trabalho a debelar pequenas mazelas traumáticas.
Provavelmente nunca mais irei trabalhar directamente com ele porém, se o meu colega (seu futuro massagista) aceitar uma opinião minha acerca dele, aqui fica: Quando o Cabido se queixar é porque está lesionado. Com ele não há “tanguinites”.

Friday, June 01, 2007

DEPARTAMENTOS MÉDICOS




Ao consultar o site da Associação de Futebol de Viseu (AFV) fiquei abismado com a realidade na área da saúde nos clubes filiados na AFV. É certo, como já o referi anteriormente, que a classe à qual eu pertenço é desunida. É também uma classe muito heterogénea pois, é vastíssimo o quadro clínico quanto às valências, senão vejamos: Temos médicos (só aqui as especialidades são imensas), fisioterapeutas, enfermeiros e massagistas.
Existem entre os massagistas (e penso que em todos os agentes desportivos) filhos de muitas mães: Existem massagistas extremamente competentes com currículos invejáveis, capazes de operar verdadeiros milagres com as condições que lhes são dadas. Um outro grupo (onde julgo me incluo), são massagistas com alguns conhecimentos que tentam dentro dos seus parcos conhecimentos ao serviço do clube e dos atletas. Em caso de dúvida não arriscam; encaminham o caso para quem saiba mais. Um outro grupo difere deste último no factor risco. Mesmo sem os necessários conhecimentos arriscam e até inventam. Já conheci massagistas que sem conhecimentos técnicos (já para não falar em questões legais) faziam infiltrações com a mesma frequência com que eu ligo a articulação tíbio-társica.
Finalmente o grupo daqueles que são massagistas sem o ser. A F.P.F. até há bem pouco emitia cartões de massagistas a qualquer director que o solicitasse.
O massagista, é o parente pobre do futebol. Quando começa a faltar dinheiro, o primeiro corte dá-se no Departamento Médico. Deixa de haver dinheiro para os medicamentos, paras ligaduras e claro para os seus elementos.
Uma das mais vergonhosas realidades, acontece nos escalões de formação onde os encarregados de educação “pagam” para a formação desportiva dos seus filhos. Em muitos escalões de formação a presença de um simples massagista é uma miragem. Sei de um caso de um clube com pergaminhos no futebol jovem, onde os pais pagam uma mensalidade e durante duas épocas (em competição oficial), entre treinos e cerca de meia centena de jogos, apenas num jogo esteve presente um massagista. Curiosamente no dia das finais.
Mas que “moralidade” tem a AFV de exigir aos clubes a presença de um massagista se é ela própria que em muitos dos treinos e jogos das suas jovens selecções distritais, também não se faz acompanhar de um massagista.
Sou apologista de que se devia criar uma nova classe dentro dos agentes desportivos: O SOCORRISTA. Nesta classe estou a englobar os Bombeiros e os socorristas da Cruz Vermelha Portuguesa (e outros com qualificações que justifiquem)
É falsa a questão de que não há massagistas disponíveis. É verdade que não somos muitos. Desses há bons, menos bons e … É igualmente verdade que deveria haver mais cursos de massagistas porém, a realidade é uma só. Há massagistas disponíveis e há clubes sem massagistas.
Tirei o meu curso no ano de 1996, tendo obtido a melhor nota entre todos os participantes, não querendo com isto dizer que era ou sou o melhor, pelo contrário Apenas obtive a melhor nota do curso. Ao longo desta última década fui evoluindo gradualmente na razão dos tempos. Investi em literatura, investiguei, estive presente em inúmeros congressos, jornadas, seminários, colóquios, etc.
Nos primeiros tempos, uma garrafa de água, gelo e uma toalha, era suficiente. Hoje são necessárias muito mais coisas. Nunca tive um contrato que fosse financeiramente agradável. Também é verdade que nunca andei a bater às portas a oferecer os meus préstimos. Nunca o fiz e espero nunca o fazer. Sei e conheço o meu valor e o valor dos meus colegas.
De momento sou sócio de uma empresa que para além da venda de produtos ortopédicos (para desportistas e não só), da comercialização de medicamentos não sujeitos a receita médica e produtos de naturopatia, também (em estreita ligação com um ortopedista), trata de atletas (e não só) lesionados. Tenho a felicidade de trabalhar com um dos melhores massagistas do distrito de Viseu (nos últimos anos ao serviço do Clube Atlético de Molelos), algo que já o havia dito muito antes de se falar na sociedade que agora partilhamos.
Pelas “nossas mãos” passaram no último ano atletas de mais de uma dúzia de clubes filiados na AFV, além de atletas de andebol e de basquete, mesmo sem termos celebrado qualquer protocolo com a AFV.
É por isso que eu digo sem falsas modéstias: Sei o meu valor. Por isso na próxima época, ou me surge um bom convite (a nível do projecto e financeiro) ou prefiro ficar parado. Sem auferir um apoio financeiro, apenas um clube pode contar com a minha colaboração, se dela precisar: O Escola Futebol Clube de Molelinhos. Já tenho a minha dose de benemérito.