(…) O Rui Cordeiro (jogador da Selecção Nacional de Rugby) que é veterinário em Trás-os-Montes, não dorme uma vez por semana, ou dorme numa bomba de gasolina, para no dia seguinte ao treino ir trabalhar às 5h30m(…). Vasco Uva – Capitão de Equipa da Selecção Nacional de Rugby in Record Dez de 31/03/07.
Sempre ouvi dizer que quem corre por gosto, não cansa. Ou, como diria um amigo meu, quem corre por gosto, é… atleta.
A principal característica que distingue o atleta amador do profissional é o seu amor ao desporto. Mesmo aqueles amadores que recebem ajudas para suprir as despesas extras com a actividade desportiva o que os faz correr é sem dúvida o seu amor ao desporto. Faço uma ressalva para definir o que entendo por atleta amador. No meu conceito atleta amador não é aquele que é inscrito como amador nem, aquele que pratica o desporto sem receber qualquer verba. Para mim é todo aquele que pratica o desporto, sem fazer dele um modo de vida e uma vantajosa opção financeira. Não concebo o uso da palavra amador em atletas que recebem mensalmente mais do que mil euros e ainda têm direito a cama e mesa.
Outra das características que distingue os verdadeiros atletas amadores é o seu espírito de sacrifício. Mesmo não sendo um atleta de eleição, darei o meu caso como exemplo. Pratiquei desporto durante vários anos, abandonando, ainda muito novo aos vinte e cinco anos. Durante 13 anos (12 aos 25), fui atleta federado de Rugby, tendo jogado contra as melhores equipas e os melhores jogadores nacionais. Ganhei e perdi muitos jogos. Os nosso treinos - já agregados a uma colectividade como o Clube Desportivo de Tondela (o maior clube do concelho de Tondela e um dos maiores do distrito de Viseu) – começavam após o términus dos treinos dos seniores de Futebol (cerca das 21h30m). Eu, que vivia numa aldeia a cerca de 5 Km de Tondela, deslocava-me a pé para os treinos. Após o treino (23h00m – 23h30m), cansado e de mochila às costas, voltava igualmente a pé, para casa de meus pais. Durante algum tempo, tive a companhia de outro jogador morador na mesma aldeia. Porém na maior parte das vezes, tive de fazer o percurso sozinho, no meio de pinhais, debaixo de chuva, vento, trovoada e com a mochila carregada de roupa molhada. Que me lembre, a não ser por doença, jamais faltei a um treino.
Outro dos casos que me recordo, e já o contei neste espaço é o de uma atleta que se deslocava de Nespereira de Cinfães para Molelinhos (Tondela) só para treinar e jogar, sobrecarregando financeira e fisicamente os seus pais. Exemplos como este podem-se encontrar facilmente noutras atletas do meu querido Escola Futebol Clube (Molelinhos) que se privam da sua vida particular para poder comparecer aos treinos e aos jogos, nada recebendo e ainda tendo de pagar o material de treino (roupa e calçado).
No entanto, é com desilusão que vejo o apoio quer das entidades oficiais, quer de alguns patrocinadores, que financiam com maior facilidade os clube que possuem “amadores” que recebem uma gratificação mensal de mais de mil euros, do que as “profissionais” do Escola Futebol Clube de Molelinhos e as camadas jovens da maioria dos clube que apenas têm direito a um sumo e uma sandes no final do jogo. Estes “profissionais” têm aquilo a que um meu amigo treinador chamou de “contratos de broa e chouriço”. Já é tempo de dar valor a quem faz as coisas por amor.
Sempre ouvi dizer que quem corre por gosto, não cansa. Ou, como diria um amigo meu, quem corre por gosto, é… atleta.
A principal característica que distingue o atleta amador do profissional é o seu amor ao desporto. Mesmo aqueles amadores que recebem ajudas para suprir as despesas extras com a actividade desportiva o que os faz correr é sem dúvida o seu amor ao desporto. Faço uma ressalva para definir o que entendo por atleta amador. No meu conceito atleta amador não é aquele que é inscrito como amador nem, aquele que pratica o desporto sem receber qualquer verba. Para mim é todo aquele que pratica o desporto, sem fazer dele um modo de vida e uma vantajosa opção financeira. Não concebo o uso da palavra amador em atletas que recebem mensalmente mais do que mil euros e ainda têm direito a cama e mesa.
Outra das características que distingue os verdadeiros atletas amadores é o seu espírito de sacrifício. Mesmo não sendo um atleta de eleição, darei o meu caso como exemplo. Pratiquei desporto durante vários anos, abandonando, ainda muito novo aos vinte e cinco anos. Durante 13 anos (12 aos 25), fui atleta federado de Rugby, tendo jogado contra as melhores equipas e os melhores jogadores nacionais. Ganhei e perdi muitos jogos. Os nosso treinos - já agregados a uma colectividade como o Clube Desportivo de Tondela (o maior clube do concelho de Tondela e um dos maiores do distrito de Viseu) – começavam após o términus dos treinos dos seniores de Futebol (cerca das 21h30m). Eu, que vivia numa aldeia a cerca de 5 Km de Tondela, deslocava-me a pé para os treinos. Após o treino (23h00m – 23h30m), cansado e de mochila às costas, voltava igualmente a pé, para casa de meus pais. Durante algum tempo, tive a companhia de outro jogador morador na mesma aldeia. Porém na maior parte das vezes, tive de fazer o percurso sozinho, no meio de pinhais, debaixo de chuva, vento, trovoada e com a mochila carregada de roupa molhada. Que me lembre, a não ser por doença, jamais faltei a um treino.
Outro dos casos que me recordo, e já o contei neste espaço é o de uma atleta que se deslocava de Nespereira de Cinfães para Molelinhos (Tondela) só para treinar e jogar, sobrecarregando financeira e fisicamente os seus pais. Exemplos como este podem-se encontrar facilmente noutras atletas do meu querido Escola Futebol Clube (Molelinhos) que se privam da sua vida particular para poder comparecer aos treinos e aos jogos, nada recebendo e ainda tendo de pagar o material de treino (roupa e calçado).
No entanto, é com desilusão que vejo o apoio quer das entidades oficiais, quer de alguns patrocinadores, que financiam com maior facilidade os clube que possuem “amadores” que recebem uma gratificação mensal de mais de mil euros, do que as “profissionais” do Escola Futebol Clube de Molelinhos e as camadas jovens da maioria dos clube que apenas têm direito a um sumo e uma sandes no final do jogo. Estes “profissionais” têm aquilo a que um meu amigo treinador chamou de “contratos de broa e chouriço”. Já é tempo de dar valor a quem faz as coisas por amor.
2 comments:
Vai ser muito complicado alguma vez ser dado esse valor a que se refere a "amadores", pagos ou não. Em Portugal só interessa a liga de futebol e pouco mais. Se tivermos em conta os jornais desportivos está tudo dito.
De qualquer forma os "amadores" não fazem as coisas para serem reconhecidos, mas sim pelo prazer e pelo reconhecimento daqueles que os acompanham(amigos ou não). Não se consegue o reconhecimento da maioria, mas fica-se feliz pelo reconhecimento daqueles que realmente interessam.
às vezes sinto-me muito triste por não reconhecerem o esforço que nós jogadoras fazemos..... e não falo só de falta de reconhecimento no que toca fora do EFC mas também no interior dele....
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